sábado, 31 de maio de 2014

Tabagismo e saúde não conjugam (Por Fernando Leal da Costa)

(PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE DA FUNDAÇÃO PORTAL DO PANTANAL)                       


Portugal aprovou a Convenção-Quadro da OMS para Controlo do Tabaco, de 2003, em Novembro de 2005 e desde então, apesar de alguma lentidão e hesitações no processo legislativo, tem dado passos seguros.

 



Quem fuma vive menos e vive pior. O tabaco está comprovadamente associado a um conjunto de doenças que geram perda de qualidade de vida e contribuem para uma morte mais precoce. Quem fuma tem maior risco de hipertensão e de aterosclerose, insuficiência cardíaca e respiratória, menos resistência ao esforço, menor memória, impotência sexual mais precoce, maior risco de enfarte do miocárdio e de acidente vascular cerebral.
Quase todos os cancros aparecem mais nas pessoas que fumam, mesmo naquelas localizações que se pensaria não serem influenciadas pelo tabaco, como o intestino e a mama. Não é só, longe disso, o cancro do pulmão e o da boca que podem surgir nos fumadores.
A prevalência global de fumadores em Portugal ronda os 20 %, consoante as fontes. No entanto, em torno dos 40 anos, cerca de 40% dos homens e 20% das mulheres fuma, como o Eurobarómetro de 2012 mostra. Nos últimos anos temos assistido a um crescimento do número de mulheres fumadoras com aumento do cancro do pulmão (que até aqui predominava nos homens) e de problemas obstétricos nesta população feminina.
As principais causas de morte, em 2012, ainda eram as doenças cardíacas e vasculares e o cancro. São causas evitáveis com medidas como o abandono do tabagismo.
Devido a doenças relacionadas com o tabaco, em 2011, morreram quase 27 mil das cerca de cem mil pessoas que morrem anualmente (Relatório DGS, 2013). Quatro mil morreram antes de completarem 65 anos. Se formos mais restritivos na análise, como Borges et al. em 2009, teremos cerca de 12 mil mortes anuais relacionadas com o tabaco. Corresponde a 35 mortes por dia.
A epidemia do tabagismo é provocada pelo homem. Por isso está também na nossa mão combatê-la e salvar vidas. Também foi o homem a desencadear a reflexão das suas consequências e a meter-se ao caminho. Na maior parte dos países, o debate partiu da ciência, dos médicos, para a esfera da decisão política, e o debate acendeu-se e tornou-se mediático. Fumar já não confere status ou glamour, bem pelo contrário, os mais pobres e os países mais pobres são os mais afetados.
A maioria das medidas que demonstradamente são eficazes para combater o tabagismo passa pelo controlo do acesso ao tabaco, atuar na publicidade, aumentar preços, limitar espaços onde se pode fumar e informar de forma sistemática sobre os riscos e prejuízos potenciais para quem fume. É preciso proteger as crianças, os trabalhadores e os não-fumadores da exposição passiva ao fumo, ao mesmo tempo que se tem de investir na ajuda à cessação tabágica, matéria em que a limitação dos espaço disponíveis para fumar tem um impacto significativo.
Há um conflito de interesses irreconciliável entre os interesses da indústria do tabaco, o interesse público e a saúde. A indústria do tabaco tem poder económico que usa para interferir com o poder político, exagerar sobre o seu peso na economia dos países, cria grupos de apoio e de pressão, tenta desacreditar a ciência e as provas existentes e, em última análise, usa a via judicial para defender os seus produtos nefastos (Tobacco Industry Interference; a Global Brief, OMS 2012).
O tema de 2014 para o Dia Mundial sem Tabaco é o das" Taxas e Impostos sobre os produtos com Tabaco". Apesar de muitos usarem o argumento da diminuição do retorno fiscal como razão de se manter e proteger o uso de tabaco, a verdade é que impostos mais altos têm efeitos indiscutivelmente benéficos, porque levam à diminuição do consumo e da carga de doença e, a médio prazo, os ganhos de saúde para a população são largamente compensados pela redução da receita. São os grupos socioeconomicamente mais débeis, onde a probabilidade de morrer é maior, que mais beneficiam com o aumento dos impostos sobre o tabaco.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, há, pelo menos, 200 mil mortes anuais de trabalhadores relacionadas com a exposição passiva ao fumo de tabaco. Daí a atenção dada à proteção dos trabalhadores da restauração e dos bares sujeitos à exposição prolongada ao fumo de tabaco. Nos EUA, a primeira interdição de fumar, a dos aviões comerciais, foi essencialmente exigida pelos sindicatos do pessoal de cabine. O Livro Verde Por uma Europa sem fumo: opções estratégicas a nível comunitário, da Comissão Europeia, deixa claro que não há impacto negativo no sector da restauração por restrição de fumo no interior das instalações.
O Estudo da DGS, Infotabac 2011, mostra que a maioria dos inquiridos, mais de 90%, tinha uma opinião favorável quanto à restrição de fumar em locais de uso público.  Um estudo do Eurobarómetro, divulgado em maio de 2007, já revelava que Portugal era o país com maior percentagem de apoio a medidas de restrição ao fumo em restaurantes (84%) e bares (74%), com valores de aprovação superiores a 90% para outros locais públicos.
A maioria dos fumadores quer deixar de fumar e concorda com as medidas que lhes reduzam a oportunidade para consumir tabaco. 99% (noventa e nove) dos fumadores começam a fumar antes dos 25 anos. 77% (setenta e sete) antes dos 18, 22% (vinte e dois) antes dos 15 anos, e 5% (cinco) antes dos dez. A dependência foi estabelecida, na esmagadora maioria dos fumadores adultos, quando eram crianças ou adolescentes. É neste grupo que precisamos de investir mais e mais cedo. Mais importante do que abandonar o vício, é impedir que ele comece.
Vale a pena ter os dentes estragados e amarelos, mau hálito permanente e rugas mais cedo? Será que os nossos jovens têm consciência disto tudo? Fumar não está associado a melhor aparência. Dentes com tártaro e dedos amarelos não se conjugam com juventude nem com saúde.
Secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Terra Santa. Israel e Palestina aceitam convite do Papa para rezarem juntos no Vaticano
Francisco surpreendeu o mundo ao convidar os presidentes de Israel e da Autoridade Palestiniana para uma jornada de oração pela paz, no Vaticano
 
O Papa Francisco lançou o desafio e tanto o presidente israelita Shimon Peres, como o presidente palestiniano Mahmud Abbas aceitaram quase de imediato o convite. A viagem dos dois líderes até ao Vaticano deverá acontecer a 6 de Junho, dia em que ambos vão ficar lado a lado para participar numa jornada de oração pela paz.
"O presidente aceita o convite do Papa Francisco porque sempre apoiou e vai continuar a apoiar qualquer iniciativa para promover a causa da paz", afirmou à Efe uma fonte próxima do gabinete de Shimon Peres. Também o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, aceitou o convite do Papa para rezar pela paz com o presidente de Israel, revelou à AFP o chefe das negociações da Palestina.
Durante a peregrinação à Terra Santa, Francisco surpreendeu ontem o mundo ao convidar Peres e Abbas para visitarem juntos o Vaticano e voltou também a quebrar o protocolo ao fazer uma paragem não programada na cidade de Belém junto ao muro que separa a Cisjordânia de Israel. O Papa saiu do carro e deslocou-se a pé até ao muro, num gesto improvisado quando se dirigia para a Praça da Manjedoura, onde celebrou a missa, após o encontro com o presidente palestiniano, Mahmud Abbas.
Durante a cerimónia religiosa, o Papa apelou ao "fim de uma situação cada vez mais inaceitável" no conflito israelo-palestino, defendendo que possam coexistir em segurança e paz um Estado de Israel e um Estado palestiniano. O chefe da Igreja defendeu ainda a necessidade de "intensificar esforços e iniciativas" no sentido de criar as condições para "uma paz estável, baseada na justiça".
E, por fim, fez um convite inédito aos presidentes da Autoridade Nacional Palestiniana e de Israel para se unirem num momento de oração na "sua casa" no Vaticano. "Muitos constroem a paz dia-a-dia com pequenos gestos, pequenas coisas, muitos deles com sofrimento mesmo sem terem consciência disso. Aqueles que fazem parte da Igreja têm a obrigação de se tornarem ferramentas para a paz, especialmente através das nossas orações", defendeu o Papa Francisco. "Construir a paz pode ser difícil", admitiu Francisco antes de iniciar a missa na Praça da Manjedoura, em Belém, mas em contrapartida "viver sem paz é um sofrimento", ressalvou.
"Neste lugar, onde nasceu o Príncipe da Paz, desejo fazer um convite a Vossa Excelência, senhor presidente Mahmoud Abbas, e ao senhor presidente Shimon Peres para elevarem, juntamente comigo, uma intensa oração, implorando a Deus o dom da paz. Ofereço a minha casa, no Vaticano, para hospedar este encontro de oração", afirmou Francisco.
Pedindo que se invista no diálogo "com coragem", o Papa insistiu que "não há outro caminho" e recorreu às palavras de Bento XVI quando foi à Terra Santa para reforçar a posição da Igreja: "Seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e gozar de paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Seja igualmente reconhecido que o povo palestiniano tem direito a uma pátria soberana, a viver com dignidade e a viajar livremente. Que a solução de dois Estados se torne realidade e não permaneça um sonho." A Igreja Católica há muito que defende a solução dos dois Estados, pedindo também um estatuto especial para Jerusalém, algo que Israel recusa. O Papa Francisco pernoitou ontem em Israel e hoje ao final da tarde regressa a Roma.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

JESUS CRISTOcristo


domingo, 18 de maio de 2014

Príncipe Harry visita Itália por 70° aniversário da batalha de Monte Cassino

O príncipe está no país representando sua avó, a rainha Elizabeth II. O evento comemora batalhas que foram a chave para a tomada de Roma pelos Aliados na II Guerra Mundial

Príncipe Harry durante cerimônia do 70° aniversário da batalha da Segunda Guerra Mundial do Monte Cassino, na Itália
Príncipe Harry durante cerimônia do 70° aniversário da batalha da Segunda Guerra Mundial do Monte Cassino, na Itália(Ciro De Luca/Reuters)
O príncipe Harry participou neste domingo da cerimônia de comemoração do 70° aniversário da batalha de Monte Cassino, que foi chave para a tomada de Roma por parte dos Aliados durante a II Guerra Mundial. O evento lembra as quatro batalhas nas quais saíram vencedoras as tropas aliadas.
Harry chegou na tarde de ontem em Roma para participar da homenagem, na qual representou sua avó paterna, a rainha Elizabeth II. Em 3 de abril, a rainha esteve na Itália para se reunir com o presidente da República, Giogio Napolitano, e com o papa Francisco.
Cassino é uma cidade italiana a 130 quilômetros ao sul da capital e, em 1944, foi palco de quatro batalhas entre as tropas fascistas e os Aliados. O objetivo era romper a linha Gustav – a mais forte de uma série de fortificações defensivas alemãs ao redor de Roma – e facilitar assim a passagem até a capital, essencial no desenlace da guerra.
Dia de memórias – O príncipe de Gales chegou a Cassino em torno das 10h local (5h, em Brasília) usando seu uniforme branco de capitão do Exército britânico. Ali, Harry visitou o cemitério de guerra polonês, acompanhado pelo primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk. Após assistir a uma missa, o príncipe depositou uma coroa de flores no Sacrário Militar em nome da rainha Elizabeth II e conheceu alguns sobreviventes da batalha e veteranos de guerra.
No ato seguinte, o filho mais novo do príncipe Charles e de Diana de Gales visitou a basílica beneditina de Monte Cassino, destruída pelos bombardeios durante a guerra e atualmente restaurada.
Após sua visita ao município, Harry retornou a Roma onde nesta tarde assistirá, no Museu de Arte Contemporâneo da capital, o MAXXI, à apresentação do pavilhão do Reino Unido na Exposição Universal de Milão (norte da Itália) do próximo ano.
 (Com Agência EFE)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

José Mujica pede a Obama que EUA melhorem relação com o Brasil

Presidente uruguaio foi recebido por americano na Casa Branca.
Brasil e EUA tiveram laços abalados por escândalo de espionagem.

Da AFP
 
Obama e Mujica conversam com a imprensa antes de reunião na Sala Oval da Casa Branca (Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)Obama e Mujica conversam com a imprensa
antes de reunião na Sala Oval da Casa Branca
(Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP)
O presidente do Uruguai, José Mujica, pediu nesta segunda-feira (12) a seu colega americano, Barack Obama, que melhore as relações com o Brasil, defendendo que é do interesse de toda a região.
"Pedi a ele que tente melhorar as relações, com um grande respeito, com um país fundamental da América Latina, que se chama Brasil", disse Mujica, durante entrevista coletiva depois de encontro bilateral na Casa Branca, em Washington.
Mujica não revelou a reação de Obama a seu pedido.
As relações Brasil-Estados Unidos sofreram um afastamento em 2013, depois das revelações de que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) havia interceptado comunicações pessoais eletrônicas da presidente Dilma Rousseff.
O escândalo motivou a suspensão de uma esperada visita de Estado que Dilma faria a Washington em outubro do ano passado.
Desde então, o Departamento de Estado americano e o Itamaraty tentam aparar as arestas e o mal-estar gerado pelo escândalo para recompor o diálogo político e diplomático entre os dois países.
Na semana passada, a subsecretária de Estado americana para a América Latina, Roberta Jacobson, disse à imprensa que as relações bilaterais "estão melhorando". Segundo ela, essa tendência ficará mais clara após a eleição presidencial no Brasil.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, virá ao Brasil para assistir à estreia da seleção americana na Copa do Mundo em 16 de junho e, no dia seguinte, vai se reunir com Dilma em Brasília.

sábado, 10 de maio de 2014

Beatificação de Paulo VI é confirmada para outubro

Antecessor de João Paulo II teve milagre reconhecido pela Igreja


O papa Francisco confirmou para 19 de outubro de 2014 a data da beatificação de Paulo VI (1897-1978), que recentemente teve um milagre reconhecido pela Congregação para as Causas dos Santos. O evento irá acontecer na conclusão do Sínodo dos Bispos, como uma forma de homenagear o Pontífice que o instituiu.   


O milagre atribuído a Paulo VI (Giovanni Battista Montini) ocorreu no início dos anos 1990 nos Estados Unidos. Na ocasião, médicos diagnosticaram que um bebê iria falecer ainda no ventre da mãe ou nascer com má formação, aconselhando a mulher a interromper a gravidez. No entanto, a moça se recusou a aceitar a perda do filho e, após sugestão de uma freira, rezou pela intercessão do antecessor de João Paulo II. A criança acabou vindo ao mundo sã e salva.    
Depois da beatificação, deverá começar o processo para canonizar Paulo VI, algo que pode acontecer já em meados de 2015.
Tags: beatificação, milagre, papa francisco, paulo vi, vaticano

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uruguaios fazem marcha para comemorar legalização da maconha

País regulamentou lei que legaliza droga no país na sexta-feira (2).
Em praça de Montevidéu, uruguaios festejaram 'exemplo de liberdade pública'.

Da EFE


 
Jovem mostra a camiste com o rsoto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha. (Foto: Matilde Campodonico/AP)
 
Jovem mostra a camiseta com o rosto do presidente do Uruguai José Mujica, na comemoração da regulação da maconha. (Foto: Matilde Campodonico/AP)
 
Ativistas, consumidores e amigos da causa pela legalização da maconha no Uruguai fizeram neste sábado (3) uma marcha em comemoração à regulação da maconha no país, exibindo seus primeiros cigarros de maconha "liberada".
O evento ocorre apenas um dia depois que o Governo apresentou a regulação da lei que legalizou sua produção e venda no país, na sexta.
Centenas de pessoas se reuniram em um parque da capital uruguaia para festejar com música, comida e muita maconha a regulação e o "exemplo" que seu país pode dar ao mundo quanto a liberdades públicas.

Jovem fuma um cigarro de maconha em parque de Montevidéu na marcha de comemoração. (Foto: Matilde Campodonico/AP)Jovem fuma cigarro de maconha em Montevidéu,
na marcha de comemoração à legalização.
(Foto: Matilde Campodonico/AP)
"Parece-me que humildemente que o Uruguai pode ser um exemplo a seguir para o resto do mundo, e mostrar que se pode ter certa liberdade e que a sociedade pode conduzir as coisas bem. E que não tem que haver proibições sobre algo que não é tão nocivo nem prejudicial como querem fazer parecer", disse o músico Enzo Broglia, cuja banda Reytoro foi uma das que animou o encontro.
A mobilização aconteceu no marco da "Marcha Global pela Maconha", um evento simultâneo em 300 cidades de todo o mundo para pedir a legalização desta droga e que, no Uruguai, se transformou na primeira Marcha Mundial da Maconha Regularizada.
Broglia disse que, como ativista, a regularização do mercado da maconha em seu país "é um triunfo" não só para o Uruguai mas para todo o mundo, que mostra, além disso, que a "sociedade vai mudando" e aprendendo a "desfrutar da liberdade".
Do mesmo modo se expressou Federico Marín, porta-voz do Movimento pela Liberalização da Cannabis, entidade organizadora do encontro, que ressaltou a "vitória" do Uruguai na "guerra ao narcotráfico".
"Ainda resta muito a fazer, mas aqui hoje a maconha é legal e nos cabe agora fazer com que funcione. Esta gente está vindo aqui com a primeira maconha que cultivaram legalmente. E isso diretamente repercute no narcotráfico. Cada flor que cresce em uma varanda, são dólares menos que repercutem no narcotráfico", declarou Marín.

Neste sentido, o ativista se referiu à direção assinalada na regulamentação da lei que legalizou a compra e venda da maconha, a qual estabelece um preço de entre 20 e 22 pesos por grama (pouco menos de um dólar) para a venda legal da droga em farmácias.
"Primeiro, agora podemos produzir pessoalmente nossa própria maconha sem financiar o crime organizado. E segundo, o dinheiro que será pago nas farmácias, que é o mesmo que se paga pela maconha ilegal, irá para o Estado para oferecer serviços e informação aos viciados em qualquer substância", acrescentou Marín.
Lei uruguaia
A legislação uruguaia, aprovada no mês passado de dezembro pelo parlamento e cuja regulamentação, que entrará em vigor na próxima terça-feira, foi divulgada na sexta-feira pelo governo, estabelece três formas legais para ter acesso à maconha: a produção doméstica de até seis plantas por casa, se tornar sócio de um clube de cultivo ou comprá-la em farmácias autorizadas.
Para usar essas opções, os usuários deverão escolher uma delas e se inscrever no cartório correspondente. Tudo será controlado pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis.
Enquanto os participantes do evento desfrutavam de sua maconha, as autoridades instalaram uma tenda do programa "Com o máximo cuidado", uma iniciativa da Junta Nacional de Drogas (JND), uma ONG e a secretaria da juventude da Intendência Municipal de
Montevidéu para alertar sobre os perigos do uso de drogas.
Victoria González, socióloga da JND, explicou que o tempo todo do desenvolvimento desta inovadora legislação as autoridades uruguaias estão insistindo em que todas as drogas são perigosas e que o objetivo é informar sobre o consumo responsável.
"O Uruguai está na luta contra a incoerência de quem, no uso de seus direitos, decidia consumir, mas por isso devia se vincular a um mercado sem garantias de saúde pública. E também, de forma paralela, mostrar que o consumo de drogas tem riscos. Todo consumo. Por isso estamos aqui", concluiu.

tópicos:

veja também

sábado, 3 de maio de 2014

Acidente no metrô de Seul, na Coreia do Sul, deixa 238 feridos

No entanto, grande parte dos feridos apresentam lesões leves como cortes
  • EFE

O choque entre dois trens da linha 2 do metrô de Seul, a capital da Coreia do Sul, deixou 238 feridos no total, a maioria sem gravidade, e não houve vítimas fatais, segundo o balanço elaborado neste sábado pelas autoridades locais. Um dos dois condutores dos trens teve que ser operado por uma fratura no ombro, enquanto 43 passageiros permanecem hospitalizados por causa de suas lesões.
No entanto, grande parte dos feridos apresentam lesões leves como cortes, arranhões e pequenas fraturas por consequência do acidente ocorrido ontem, quando um trem colidiu com outro que estava parado na estação de Sang-wangsimni, no nordeste da capital sul-coreana, devido a uma falha mecânica.
Porta-vozes da Prefeitura de Seul explicaram, em declarações divulgadas pela agência "Yonhap", que o acidente aconteceu provavelmente porque o sistema de controle de distância (ATS, sigla em inglês) do trem que se chocou com o que estava parado, não funcionou corretamente.
Os funcionários esclareceram que o ATS deveria ser ativado quando os dois trens se encontravam a cerca de 200 metros de distância um do outro, mas será necessária uma investigação mais detalhada para determinar as causas do acidente.
Segundo a operadora do metrô, esta foi a primeira colisão entre dois trens urbanos na Coreia do Sul. O acidente aconteceu enquanto o país ainda tenta se recuperar da comoção causada pelo naufrágio da embarcação Sewol, que afundou no dia 16 de abril deixando 302 mortos e desaparecidos, a maioria deles adolescentes de um instituto de ensino médio que faziam uma viagem escolar.
O naufrágio da balsa gerou várias críticas às autoridades pelo relaxamento das medidas de segurança nos sistemas de transporte da Coreia do Sul, em comparação com outras nações desenvolvidas, e causou a renúncia do primeiro-ministro, Chung Hong-won. 
  •   

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Protestos marcam o Dia do Trabalho em todo o mundo

 
  • 01/05/2014 13h47publicação
  • Brasílialocalização
Da Agência Brasil* Edição: Carolina Pimentel
Milhões de pessoas em todo o mundo saíram hoje (1º) às ruas para lembrar o Dia do Trabalho, marcado por concentrações pacíficas, mas também confrontos com a polícia e registro de feridos, como na Turquia e no Camboja.
Em Istambul, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, que quiseram recordar os direitos dos trabalhadores na Praça Taksim, um espaço emblemático de contestação ao governo turco e onde as autoridades proibiram manifestações. Pelo menos 139 pessoas foram detidas e 58 ficaram feridas.
Em Phnom Penh, capital do Camboja, as celebrações do 1º de Maio também foram marcadas por atos violentos. A polícia usou cassetetes e paus para dispersar os manifestantes concentrados no Parque da Liberdade. O protesto foi organizado pelos sindicatos que contestam a exploração dos trabalhadores da indústria têxtil, onde os salários são, em média, de US$ 100 por mês.
Em Kuala Lumpur, na Malásia, milhares de pessoas protestaram contra um novo imposto decidido pelo governo. Também foram registadas concentrações de trabalhadores na Indonésia e nas Filipinas.
Na Europa, também estão ocorrendo protestos contra as políticas de austeridade, que têm provocado consequências sociais em vários países do continente. Na Espanha, por exemplo, estão previstas manifestações em mais de 70 cidades. Os sindicatos espanhóis questionam as medidas adotadas pelo governo diante da alta taxa de desemprego, que chegou a 26%, com quase 6 milhões de desocupados.
Na Grécia, as principais cidades foram tomadas por milhares de pessoas que escolheram o dia de hoje para manifestar contra as políticas impostas pelos credores internacionais. O 1º de Maio para os gregos coincide com o quarto ano do primeiro pacote de ajustes impostos pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). As medidas, segundo os sindicatos, representaram um “ataque frontal contra os trabalhadores, jovens e reformados, com cortes salariais dramáticos e a abolição dos direitos laborais”.
Na Rússia, as principais cidades também foram palco de manifestações. Pela primeira vez, desde o fim da União Soviética, em 1991, os sindicatos organizaram uma manifestação na Praça Vermelha, junto ao Kremlin, onde mais de 100 mil pessoas se reuniram.
Entre os participantes, muitos traziam bandeiras de cidades rebeldes da Ucrânia pró-Rússia e cartazes pedindo a demissão do governo russo de Dmitri Medvedev. Na Crimeia, mais de 100 mil pessoas concentraram-se hoje em Simferopol (capital da península da Crimeia) e, segundo o primeiro-ministro Serguéi Axiónov, esta foi a maior manifestação da história da Crimeia em um Dia do Trabalho e a primeira após a anexação da península pela Rússia.
Na Argentina, entidades políticas e sindicais também organizam manifestações nas ruas e praças públicas. Grupos pró e contra o governo da presidenta Cristina Kirchner devem sair às ruas em mobilizações em pontos tradicionais da capital Buenos Aires, como a Praça de Maio e o Congresso Nacional.
 
*Com informações da agências Lusa e Télam

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Maior resistência de superbactérias a antibióticos ameaça população mundial

Uso indiscriminado de antibióticos tem gerado bactérias cada vez mais resistentes no mundo todo. Infecções comuns poderão voltar a matar.


 
A resistência das bactérias aos antibióticos é hoje o maior perigo à saúde pública e ameaça a população de todos os países.

As superbactérias são uma ameaça ao nosso futuro e em breve podemos voltar a morrer de infecções comuns. É o que mostra um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde. A OMS analisou dados de 114 países e concluiu que o uso indiscriminado de antibióticos tem aumentado rapidamente a resistência das bactérias no mundo todo.
No caso da escherichia coli, por exemplo, responsável pelas infecções urinárias, na década de 80 todos os casos eram curados com antibiótico. Hoje em muitos países apenas metade dos pacientes que tem essa infecção consegue se curar. O relatório também mencionou taxas altas de resistência de bactérias que causam pneumonia e gonorreia.
"Estamos voltando para a época em que não existiam antibióticos, para o século XIX, quando as pessoas morriam de infecção urinária ou do pulmão. É isso que vai acontecer", diz um microbiologista.

O que fazer para reverter esse cenário assustador? Além de investir em pesquisas para descobrir antibióticos mais potentes, segundo a Organização Mundial da Saúde é preciso uma ação coordenada para evitar o abuso do uso desses medicamentos no mundo todo. Os governos também têm que aumentar o acesso da população à água limpa e à higiene. Tudo isso pode ajudar a diminuir os casos de infecções e, dessa maneira, o uso de antibióticos.
E é preciso agir rápido, diz o diretor assistente da Organização Mundial da Saúde. “Ninguém está livre de contrair uma superbactéria. Todos nós, nossa família, todas as pessoas nesta sala, nossos amigos, quando estivermos mais vulneráveis e precisarmos desses medicamentos há a possiblidade de que eles não funcionem mais", afirma.