Incêndio em presídio de Honduras deixa ao menos 272 mortos (Postado por Lucas Pinheiro)
"Estamos falando de um número de 272 detentos que morreram e aproximadamente 50 entre feridos e queimados. Isto é o que nos dizem os médicos forenses e, infelizmente, o número poderá ser maior", afirmou Bonilla, falando no centro penitenciário, situado perto da base aérea militar americana de Palmerola.
Balanço anterior falava de duzentos detentos mortos e dezenas feridos no incêndio na prisão de Comayagua, região central de Honduras, conforme informou nesta quarta-feira o diretor dos Centros Penais, Danilo Orellana, em um relatório preliminar.
O comissário de Direitos Humanos, Ramón Custodio, disse que uma contagem deu pela falta de 357 presos, mas que é cedo para dizer que todos eles estão entre as vítimas.
O fogo começou às 22h30 locais de terça-feira (2h30 de quarta em Brasília), segundo Orellana, que declarou que não se tratou de uma rebelião. Segundo ele, um detento poderia ter iniciado o fogo, ou teria havido um curto-circuito. Mas os bombeiros afirmaram ter ouvido disparos dentro do prédio.
O fogo espalhou-se por vários blocos do presídio.
Muitas das vítimas estavam nas celas no momento do incêndio.
O chefe dos serviços forenses em Comayagua, Lucy Marder, disse que a polícia divulgou que um dos mortos era uma mulher que passava ali a noite e que o restante era de prisioneiros.
A mídia local divulgou que o chefe do departamento de bombeiros de Comayagua também morreu no incêndio.
As vítimas morreram principalmente queimadas e asfixiadas, segundo os bombeiros.
A cadeira abriga cerca de 850 presos, de acordo com as autoridades, muito mais do que a capacidade.
As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas, segundo Orellana.
Chance de fuga
Segundo relatos, alguns detentos que conseguiram escapar das chamas aproveitaram para fugir da prisão pelo telhado.
A área do centro penal está fortemente protegida pelo Exército e pela polícia, e vários familiares dos presos permanecem do lado de fora da instituição à espera de notícias.
Diante da demora de informações, cerca de 300 familiares entraram à força na prisão, depois de jogar pedras contra os policiais.
Homens, mulheres e crianças forçaram os portões da prisão e conseguiram fazer recuar os policiais que tentavam controlar a situação disparando para o ar.
"Meu irmão Roberto Mejía estava no módulo seis. Disseram que todos desse módulo morreram", declarou Glenda Mejía, muito abalada.
A seu lado, Carlos Ramírez também esperava notícias de seu irmão, Elwin, detido por assassinato e que também se encontrava no módulo seis. "Não nos dizem nada", reclamou muito nervoso.
A prisão é um complexo agrícola localizado a 500 metros da estrada que une San Pedro Sula, a capital econômica de Honduras, e Tegucigalpa, a capital política.
Neste centro penitenciário os detentos se dedicam, entre outras atividades, ao cultivo de hortaliças e criação de porcos.
Em maio de 2004, mais de 100 presos morreram carbonizados em um incêndio no presídio de San Pedro Sula, devido, segundo as autoridades, a problemas estruturais da prisão.
Honduras conta com 24 estabelecimentos penitenciários com capacidade de albergar 8 mil pessoas, mas a população carcerária ultrapassa as 13 mil pessoas.
O país tem a mais elevada taxa de homicídios do mundo, e o sistema prisional sofre com constantes brigas de gangues.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial