quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sean Goldman dá entrevista a TV (Postado por Lucas Pinheiro)

O garoto Sean Goldman, pivô de uma polêmica internacional sobre custódia entre seu pai americano e a família brasileira de sua mãe, deu uma entrevista que deve ir ao ar nesta sexta-feira (27) na TV americana NBC.

É a primeira vez que ele fala desde o início do caso.

Jornais americanos adiantaram partes da entrevista para o programa "Dateline NBC". Nelas, Sean diz que seu pai, David Goldman, é "seu melhor amigo" e relembra os dois anos em que vivem juntos no estado americano de Nova Jersey.

"Outros pais podem ser só pais. Mas ele é mais que um pai", diz Sean a respeito de David, que encarou uma longa disputa judicial para ter sua custódia.

Questionado sobre como era sua vida no Brasil antes da volta para os EUA, Sean, hoje com 11 anos, disse:

"Eu não estava com raiva, mas estava confuso", disse, sempre em inglês. "Onde estava meu pai? Eu tinha medo de perguntar."

Sean disse se lembrar de quando, em dezembro de 2009, foi levado do Rio de Janeiro de volta a Tinton Falls, Nova Jersey, onde hoje mora.

"Lembro de ser arrastado por ruas cheias de cinegrafistas. Muitas pessoas empurrando", disse. "E ouvir muita gritaria e gente chamando meu nome. Eu só queria escapar de todos."

"Eu lembro de ter ido ao avião, e meu pai estava olhando e acenando. Eu disse para ele se apressar porque eu queria entrar no avião e voltar para os EUA."

Disputa judicial
A disputa judicial pela guarda do garoto começou depois da morte da mãe de Sean, Bruna Bianchi, em 2008.

Antes da decisão da Justiça brasileira autorizando a permanência do garoto com o pai biológico, Sean morava no Brasil havia quase 5 anos, após ter sido trazido dos Estados Unidos pela mãe.

Já no Brasil, Bruna Bianchi se separou de David e se casou com o advogado João Paulo Lins e Silva.

Em 2008, após a morte de Bruna, o padrasto ficou com a guarda provisória da criança.

David Goldman, no entanto, entrou na Justiça e pediu o retorno da criança aos Estados Unidos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, pressionaram pela entrega de Sean.

Pai, padrasto e avós maternos da criança travaram uma batalha jurídica pela guarda do menino.

O caso começou na Justiça estadual do Rio e depois passou para a jurisdição federal.

Goldman argumentou que o Brasil violava uma convenção internacional ao negar seu direito à guarda do filho.

Já a família brasileira do garoto dizia que, por “razões socioafetivas”, o que inclui a convivência com sua meia-irmã, Chiara, ele deveria permanecer no país, ao qual já estava adaptado.

A Justiça brasileira, no entanto, ordenou a entrega do menino ao pai biológico.

A avó de Sean ainda recorre, no Supremo Tribunal Federal, da decisão judicial que o mandou morar com o pai nos Estados Unidos.

O plenário do tribunal deve analisar o caso, em data ainda não definida.
 

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