terça-feira, 9 de outubro de 2012

Francês e americano ganham Nobel de Física de 2012 (Postado por Lucas Pinheiro)

 O Prêmio Nobel de Física de 2012 foi oferecido nesta terça-feira (9) ao francês Serge Haroche e ao americano David J. Wineland por seus trabalhos com "inovadores métodos experimentais que permitem medição e manipulação de sistemas quânticos individuais".

Eles desenvolveram formas de medir partículas quânticas sem destruí-las, algo que pesquisadores acreditavam ser impossível. Os premiados foram escolhidos pela Academia Real de Ciências da Suécia, que concedeu a eles um prêmio de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,2 milhão). "Eles abriram a porta para uma nova era de experimentação em física quântica", argumentou a Academia Real, "para alcançar a observação direta de partículas quânticas individuais sem destruí-las."

Haroche nasceu em 1944, em Casablanca (Marrocos), e atualmente é professor de física quântica no Collège de France e da École Normale Superieure, ambos em Paris.
Wineland nasceu em 1944 em Milwaukee e trabalha no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST), em Boulder, no Colorado.

 De forma independente, Serge Haroche e David J. Wineland inventaram e desenvolveram métodos para medir e manipular partículas individuais, preservando a sua natureza quântica, de maneiras que antes eram inatingíveis.

Segundo a Academia Sueca, eles abriram as portas para uma nova era de experimentação com a física quântica, demonstrando a observação direta de partículas quânticas individuais sem destruí-las.

“Para partículas individuais de luz ou matéria, as leis da física clássica deixam de se aplicar e assume a física quântica. Mas as partículas individuais não são facilmente isoladas do seu meio e elas perdem suas misteriosas propriedades quânticas, assim que interagem com o mundo exterior. Assim, muitos fenômenos aparentemente bizarros previstos pela física quântica não podiam ser diretamente observados”, explica a instituição em nota.

 Através de seus métodos de laboratório, Haroche e Wineland, juntamente com seus grupos de pesquisa, conseguiram medir e controlar estados quânticos muito frágeis, antes inacessíveis para observação direta. Esses novos métodos lhes permitem analisar, controlar e contar as partículas.

Embora desenvolvidos independentemente, seus métodos têm muitas coisas em comum. David Wineland prendeu átomos eletricamente carregados - ou íons – em “armadilhas”, controlando-os e medindo-os com a luz (fótons). Serge Haroche tomou o caminho inverso: ele controla e mede fótons aprisionados através do envio de átomos por uma “armadilha”.

Ambos trabalham no campo da óptica quântica e estudam a interação fundamental entre a luz ea matéria, um campo que tem progredido consideravelmente desde meados da década de 1980. Para a instituição sueca, seus inovadores métodos permitiram esse campo de pesquisa a dar os primeiros passos para a construção de um novo tipo de computador superrápido com base na física quântica. A pesquisa também levou à construção de relógios extremamente precisos que poderiam se tornar a base para um novo padrão de tempo, com mais de cem vezes maior precisão do que os relógios atuais de césio.

História do prêmio
Desde 1901, o Nobel de Física foi concedido a 192 pessoas em 105 premiações. O mais jovem a ser premiado foi Lawrence Bragg, que em 1915, quando ganhou, tinha apenas 25 anos. Ele é o mais jovem ganhador de qualquer Nobel, não apenas de física. O mais velho ganhador do de física é Raymond Davis Junior, que tinha 88 anos quando levou o prêmio, em 2002. John bardeen foi o único físico a receber o prêmio duas vezes - uma vez por seu trabalho com semicondutores e outra por sua pesquisa com supercondutividade. Em mais de um século de premiações, apenas duas mulheres ganharam o Nobel de Física.

Últimos ganhadores
Confira abaixo os últimos ganhadores do Nobel de Física:

2011: Saul Perlmutter e Adam Riess (Estados Unidos) e Brian Schmidt (Austrália/Estados Unidos)

2010: Andre Geim (Países-Baixos), Konstantin Novoselov (Rússia/Grã-Bretanha)

2009: Charles Kao (Estados Unidos/Grã-Bretanha), Willard Boyle (Estados Unidos/Canadá), George Smith (Estados Unidos)

2008: Yoichiro Nambu (Estados Unidos), Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa (Japão)

2007: Albert Fert (França) e Peter Grünberg (Alemanha)

2006: John C. Mather (Estados Unidos) e George F. Smoot (Estados Unidos)

2005: Roy J. Glauber (Estados Unidos), John L. Hall (Estados Unidos) e Theodor W. H¤nsch (Alemanha)

2004: David J. Gross, H. David Politzer e Frank Wilczek (Estados Unidos)

2003: Alexei A. Abrikosov (Rússia/Estados Unidos), Vitaly Ginzburg (Rússia) e Antony J. Leggett (Grã-Bretanha/Estados Unidos)

2002: Raymond Davis Jr (Estados Unidos), Masatoshi Koshiba (Japão), e Riccardo Giacconi (Estados Unidos)

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