terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amante de chefe da CIA revelou dados supostamente sigilosos em palestra


Paula Broadwell disse que missão dos EUA atacada em Benghazi abrigava centro de detenção da agência


12 de novembro de 2012 | 21h 15
 
Gustavo Chacra, correspondente em Nova York

NOVA YORK - Paula Broadwell, amante de David Petraeus - o homem que pediu demissão do cargo de diretor da CIA depois de o romance entre os dois ter sido tornado público na semana passada -, pode ter divulgado informações secretas em palestra na Universidade de Denver em outubro ao comentar o ataque ao Consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia.
Paula Broadwell, amante de David Petraeus - Chris O'Meara/AP
Chris O'Meara/AP
Paula Broadwell, amante de David Petraeus
O vídeo de sua palestra ganhou importância nesta segunda-feira, 12, depois de deputados e senadores afirmarem que pretendem abrir um inquérito para apurar a investigação do FBI (polícia federal dos EUA) sobre Petraeus. O relato dela altera totalmente a narrativa oficial sobre o que ocorreu em 11 de setembro deste ano, quando o embaixador americano na Líbia e outros quatro cidadãos dos EUA morreram.
Ao ser indagada por um estudante sobre o ataque em Benghazi, Paula, autora da biografia de Petraeus, disse que o "anexo da CIA na verdade tinha membros de uma milícia líbia presos e eles acreditam que o ataque tenha sido para resgatá-los". "O problema para Petraeus é que, em sua nova posição, ele não pode se comunicar com a imprensa. Portanto, ele sabe de tudo isso. Eles mantiveram correspondência com o chefe da estação da CIA na Líbia. Em 24 horas, sabiam o que estava ocorrendo", disse.
A CIA nega a informação. Inicialmente, o governo americano indicou que a morte teria sido resultado das manifestações contra um vídeo islamofóbico no YouTube. Posteriormente, a versão de que o ataque teria sido provocada por um atentado terrorista organizado ganhou força. O episódio foi um dos mais discutidos da campanha eleitoral americana.
Na palestra, Paula não indicou como teve acesso às informações. A investigação do FBI concluiu que Petraeus não passou para a amante nenhuma informação classificada.
Desde julho, o FBI e o Departamento de Justiça dos EUA tinham conhecimento do escândalo que envolvia Petraeus, mas apenas teriam informado a Casa Branca há uma semana, no dia da eleição presidencial. De acordo com deputados e senadores, o presidente Barack Obama e o Congresso deveriam ter sido avisados bem antes disso sobre uma investigação do número 1 da CIA.
"Isso é algo que poderia afetar a segurança nacional. Deveríamos ter sido avisados", disse a senadora democrata Diane Feinstein, presidente da Comissão de Inteligência do Senado, acrescentando que um inquérito será aberto para apurar o episódio. "Precisamos analisar o que aconteceu nesse período", disse o deputado republicano Peter Kink.
O FBI começou a investigação ao receber um pedido de Jill Kelley, que disse estar sendo alvo de e-mails ameaçadores. A agência americana, depois de verificar a origem das mensagens, descobriu que elas vinham da conta de Paula Broadwell.
No processo, o FBI acabou tendo acesso a uma troca de e-mails de conotação sexual entre Paula e Petraeus. Os dois teriam uma relação desde o ano passado, quando ele assumiu a CIA, segundo fontes ligadas a Petraeus, mas o romance se encerrou quatro meses atrás. Na época, Paula teria começado a enviar os e-mails para Jill, que era amiga do casal Petraeus quando o então general estava com base em Tampa.


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