sexta-feira, 3 de maio de 2013

Zona do euro: recessão será ainda mais profunda em 2013

Comissão Europeia eleva projeção de queda do PIB dos países que integram bloco: 0,4%. Expectativa é de que o crescimento volte em 2014, mas ainda lento

Fachada da sede da Comissão Europeia em Bruxelas, na Bélgica
Fachada da sede da Comissão Europeia em Bruxelas, na Bélgica (Olivier Hoslet/EFE)
A recessão nos países que integram a zona do euro será ainda mais profunda neste ano do que o esperado. É o que informa Comissão Europeia em relatório divulgado nesta sexta-feira. Segundo o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco registrará queda de 0,4% em 2013, após contração de 0,6% no ano passado. Em suas previsões de inverno, divulgadas no dia 22 de fevereiro, Bruxelas havia previsto uma queda de 0,3% para o PIB do bloco, formado por 17 países.
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Para o ano que vem, contudo, a previsão é de crescimento: 1,2%. O número, contudo, ficou abaixo da projeção anterior, de 1,4%. Em seu relatório, a Comissão traz ainda previsões para a economia da União Europeia – e espera que a recessão no bloco se estabilize no primeiro semestre deste ano. Para a UE, a projeção é de contração de 0,1% no PIB deste ano e expansão de 1,4% em 2014.
Em relação à zona do euro, contudo, as projeções indicam que o agravamento da crise está longe do fim – e as maiores preocupações dizem respeito a França e Espanha, segunda e quarta economias da zona do euro, respectivamente. Para a Espanha, a expectativa é de recessão de 1,5% em 2013, ante 1,4% previstos anteriormente. A previsão para a taxa de desemprego ao final do ano é de 27%. O número de desempregados no país já ultrapassa os seis milhões. Segundo estas previsões, o déficit público do país será de 7% de seu PIB em 2014, bem mais que os 5,5% previstos pelo governo espanhol de Mariano Rajoy.
A Espanha havia acordado com Bruxelas alcançar um déficit de menos de 3% em 2014, mas diante da grave situação no país, a Comissão Europeia disse recentemente que deve conceder mais dois anos, até 2016, para que o governo cumpra a meta fiscal fixada no âmbito do procedimento por déficit excessivo.
A França também não conseguirá cumprir com seu compromisso de reduzir o déficit público, segundo as previsões de Bruxelas. O déficit será de 3,9% de seu PIB em 2013 e de 4,2% no próximo ano, segundo o relatório. Em suas previsões de inverno, a CE havia previsto um déficit de 3,7% neste ano e de 3,9% em 2014. O governo francês, por sua vez, prevê um déficit de 3,7% neste ano e de 2,9% em 2014. Isto se deve ao fato de que o país fechará o ano em recessão, com uma queda de 0,1% no PIB, segundo as previsões da Comissão, mais pessimistas que as do governo francês, que aguarda um crescimento de 0,1%.
A única boa notícia parece vir da Grécia, onde a crise teve início mais de dois anos atrás. O país retornará ao crescimento em 2014, com um PIB em alta de 0,6%, após seis anos consecutivos de recessão, confirmou nesta sexta-feira a Comissão Europeia. O PIB grego cairá 4,2% neste ano e retornará ao crescimento em 2014, indicou o relatório.
O alto nível de desemprego continua sendo uma das principais preocupações e, segundo as novas projeções macroeconômicas, nos países do euro o desemprego subirá para 12,2% neste ano e cairá para 12,1% em 2014. Para os países da UE, a expectativa é de desemprego em 11,1% nos dois anos. “É preciso fazer o possível para superar a crise do desemprego na Europa”, disse em comunicado o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn.
Quanto à inflação, a Comissão Europeia prevê índice de 1,6% na zona do euro este ano e 1,5% no próximo, enquanto a UE registraria 1,8% e 1,7%, respectivamente.
Sobre as economias de fora da UE, o Executivo comunitário indica que a fragilidade provocada em 2012 parece ter sido superada, e aponta que o PIB mundial crescerá 3,1% em 2013 e 3,8% no próximo ano. “É provável que o ritmo de crescimento do grupo das economias emergentes siga sendo robusto, embora com diferenças, pois se espera uma expansão mais firme na Ásia e mais moderada na América Latina e Rússia”, aponta o documento. A Comissão Europeia espera que a China avance 8% em 2013 e 8,1% em 2014, com a América Latina crescendo 3,1% e 3,5%, respectivamente.
(Com agências Reuters, France-Presse e EFE) 

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