16h46
Ataque terrorista na Tunísia fez 37 mortos e 36 feridos
STRINGER / REUTERS
A manhã desta sexta-feira foi abalada por ataques terroristas na zona de Lyon (França), numa estância turística de Sousse (Tunísia) e numa mesquista da capital do Kuwait, tendo dois deles sido reivindicados pelo autodenominado Estado Islâmico (Daesh). Síria e Somália também foram palco de atentados realizados pelo Daesh e Al-Shabab, respetivamente. O que está por saber: coincidência ou planeamento?
Expresso
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E do nada, pelo menos aparentemente, cinco ações terroristas em pontos diferentes do globo assustaram o mundo pela aparente - mas não confirmada - coordenação. É um dia que vai ficar na história pela quase coincidência dos ataques, que fizeram pelo menos 258 mortes: um em França, 25 no Kuwait, 37 na Tunísia, 50 na Somália e 145 na Síria - números atualizados às 20h45 desta sexta-feira. E há ainda mais de 385 feridos, embora os balanços não sejam definitivos.
Em França, um ataque numa fábrica que armazena gás e produtos tóxicos provocou um morto e dois feridos na região de Isère, perto de Lyon. Na sequência de uma explosão ocorrida na fábrica Air Products, em Saint-Quentin-Fallavier, as autoridades policiais, quando chegaram ao local, depararam-se com o corpo de um homem decapitado e sinais de um ataque terrorista. A cabeça da vítima estava pendurada no gradeamento exterior da unidade fabril, rodeada por restos de tecido com inscrições em árabe.
O presumível autor do ataque acabaria detido e identificado pela polícia. O homem, de 35 anos, já estava referenciado pelas autoridades. Reivindicou pertencer ao Daesh.
Pouco depois deste ataque, ocorrido cerca das 9h em Lisboa, o segundo episódio desta sequência levou as atenções ao Kuwait, onde um ataque suicida, à bomba, teve como alvo dois mil xiitas, que no interior de uma mesquita da capital procediam às suas habituais orações da hora do almoço (mais duas do que em Lisboa). O mais recente saldo aponta para pelo menos 25 mortos confirmados e 202 feridos hospitalizados.
Também aqui se ouviu uma forte explosão que danificou as paredes e o teto da mesquita do Imã Sadiq, situada no bairro de al-Sawabir, junto a uma zona comercial e habitacional da Cidade do Kuwait. O Daesh já reivindicou este atentado.
Sensivelmente à mesma hora, mas pouco depois, o sossego de uma perfeita manhã de praia, com céu limpo e 28 graus de temperatura, em Sousse, na Tunísia, foi violentamente interrompido por um tiroteio junto ao hotel Imperial Marhaba. O número de vítimas: 37 mortos e 36 feridos.
O ataque foi alegadamente protagonizado por dois homens armados de espingardas de assalto AK-47, a arma usada em março durante o atentado ao Museu do Bardo, em Tunis. Mas se então as autoridades tunisinas atribuíram essa operação a Lokmane Abou Sakhr, um líder jiadista argelino e considerado um dos dirigentes do Okba Ibn Nafaa, um grupo filiado na Al-Qaeda, até ver o episódio desta sexta-feira de manhã ainda não foi reivindicado por nenhum grupo terrorista específico.
No ataque de Sousse, os homens usaram um bote de borracha para desembarcarem tranquilamente na praia privativa do hotel. Pareciam dois turistas, de t-shirt e calções, com um guarda-sol onde a arma estava escondida. De um momento para o outro, começaram a disparar indiscriminadamente, sendo que um deles acabaria por ser abatido pela polícia.
E os atentados não ficam por aqui. Também na Síria, militantes do Daesh (disfarçados de membros do Exército Livre da Síria) mataram pelo menos 145 civis esta sexta-feira, em Kobani, cidade que faz fronteira com a Turquia, usando pelo menos três carros bomba. O objetivo do Daesh, com este ataque que é considerado o segundo pior massacre levado a cabo pelos jiadistas no país (e que tirou a vida a idosos, mulheres e crianças), tinha como objetivo recuperar o controlo sobre a cidade.
Na Somália foi a vez dos rebeldes islamitas do Al-Shabab assumirem o controlo e realizarem um ataque que já foi igualmente classificado como o mais mortífero desde que, há oito anos, a Missão da União Africana (AMISON) chegou ao país. Esta sexta-feira, os rebeldes tomaram o controlo total da base da AMISON, onde estavam cerca de 100 soldados burundianos. O saldo final: pelo menos 50 mortos, segundo o próprio grupo extremista.
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