sábado, 8 de outubro de 2011

Amanda Knox diz a TV que foi molestada sexualmente na prisão (Postado por Lucas Pinheiro)

A estudante americana Amanda Knox disse a um programa de TV que foi molestada sexualmente durante os quatro anos em que ficou presa na Itália. No "The Early Show", da rede CBS, o repórter Peter Van Sant traz o relato de que um administrador da penitenciária a intimidou, levando-a ao seu escritório sozinha à noite e dizendo coisas "inapropriadas" a ela.

O programa completo, que inclui entrevista com o pai de Amanda, vai ao ar na noite deste sábado, nos Estados Unidos.

A estudante desembarcou na noite da última terça-feira (4) em Seattle, nos EUA, um dia após ser absolvida por uma corte italiana da acusação de matar uma colega de quarto durante "jogos sexuais".

O voo da British Airways aterrissou com a jovem de 24 anos e sua família no Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma sob forte esquema de segurança, enquanto jornalistas de todo o mundo aguardavam o desembarque, ocorrido minutos antes do horário previsto.
“Eles estão me lembrando como falar em inglês porque estou tendo problemas com a língua”, disse Knox, quando se dirigiu aos repórteres. “Eu estou realmente emocionada. Estava olhando pela janela do avião e nada parecia real”, afirmou.
Knox agradeceu a todos que acreditaram nela durante seu julgamento. “Eu só quero a minha família. É a coisa mais importante para mim agora, só quero ir para estar com eles”, disse.

A absolvição foi divulgada após uma última revisão do processo e cerca de dez horas de deliberação a portas fechadas.
O ex-namorado de Amanda, Raffaele Sollecito, também foi absolvido.
Amanda caiu no choro ao ouvir a decisão. Ela havia chegado ao tribunal tensa, lívida e respirando com dificuldade.

O crime
Amanda e Sollecito eram acusados de, em 1º de novembro de 2007, terem matado Meredith, então com 21 anos, durante jogos sexuais regados a álcool e drogas e que "fugiram ao controle", segundo descrição da promotoria.
Meredith foi encontrada seminua, com a garganta cortada e marcas de 43 facadas, em meio a uma poça de sangue. A autópsia também mostrou que ela foi estuprada.
O crime ocorreu no apartamento que elas dividiam. O caso chamou a atenção da imprensa internacional. Em 2009, Amanda foi condenada a 26 anos de prisão, e Sollecito, a 25. Durante os quase quatro anos que permaneceu presa, Amanda sempre negou a autoria do crime. Sollecito também.

O traficante Rudy Guede, cidadão da Costa do Marfim, também acusado, foi condenado a 16 anos de prisãoi em um processo separado. Ele teria imobilizado a vítima, segundo a acusação.
Apelação
A decisão do Tribunal de Apelação foi tomada após investigadores forenses independentes terem criticado a atuação da polícia no caso, dizendo que as provas existentes contra os dois no na perícia oficial não eram confiáveis. A expectativa era de que ela fosse inocentada.
O tribunal de recursos manteve a condenação a Knox pelo crime de calúnia, já que ela acusou falsamente o barman Patrick Lumumba de ser um dos assassinos. Ela foi sentenciada a três anos de reclusão, tempo que já cumpriu.
Nesta segunda-feira, antes de divulgada a decisão do tribunal, Amanda fez um apelo emocionado de inocência e chegou a chorar. Falando aos oito juízes (dois profissionais e seis leigos), Knox implorou para ser libertada. "Não cometi as coisas que disseram que eu cometi. Não matei, estuprei nem roubei. Eu não estava lá", afirmou, no italiano fluente que aprendeu na cadeia.
A acusação, que planeja recorrer, teme que Amanda volte a Seattle, onde a família mora, e não retorme mais à Itália caso o processo continue.


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