Bebê sobrevive nos Estados Unidos após nascer com apenas 270 gramas (Postado por Lucas Pinheiro)
Melinda Star Guido permaneceu durante 14 semanas dentro de uma incubadora na unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles.
Atualmente, Melinda pesa oito vezes mais do que no começo de sua vida. Os médicos não acreditavam na sobrevivência da garota, mas agora afirmam que ela poderá deixar o hospital no fim deste ano.
A mãe teve um problema na placenta que impedia que o feto recebesse mais alimento e oxigênio do que é comum. O hospital infantil da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, mantém um registro dos menores bebês do mundo. No país, 85 bebês sobreviveram com uma faixa de peso tão baixa.
Estudo sobre bebês pequenos
O bebê mais leve a ter sobrevivido foi Rumaisa Rahman, que também nasceu nos Estados Unidos, mas com apenas 260 gramas. Ela tem uma irmã gêmea, Hiba, que veio ao mundo com 450 gramas. Elas são as gêmeas mais leves a terem sobrevivido juntas no mundo.
No último dia 12, um estudo sobre a vida atual de Rumaisa, hoje com 7 anos, foi divulgado na revista médica "Pediatrics", publicação da Academia Americana de Pediatria. Outro caso narrado foi o de Madeline Mann, atualmente com 22 anos, e nascida em 1989 com apenas 280 gramas. Ambas seguem com saúde em 2011, mas ainda são pequenas para as idades que alcançaram.
Tanto Madeline quanto Rumaisa vivem normalmente, com desenvolvimento motor e de fala saudáveis. Mas segundo Jonathan Muraskas, principal autor do artigo, os casos delas são raros e a maioria dos bebês nascidos com tão pouco peso não sobrevivem ou apresentam problemas graves durante o crescimento como retardo mental e cegueira.
Madeline passou 122 dias na unidade de terapia intensiva neo-natal. Já Rumaisa ficou 20 dias a mais. Enquanto a mais nova agora está cursando a primeira série do ensino fundamental, a adulta hoje estuda no Augustana College, em Rock Island. Apesar de saudáveis, ambas permanecem pequenas para a idade que chegaram.
Muraskas afirma que é perigoso para pais e médicos se basearem nos casos das duas norte-americanas, pois o sucesso delas pode gerar "falsas expectativas" para mães com chances de ter bebês muito leves.
Segundo o especialista, mulheres têm maiores chances de sobreviviência nesses casos do que homens. Nos casos de Madeline e Rumaisa, ambas as mães tomaram esteroides antes dos partos que ajudaram na formação dos pulmões e dos cérebros das crianças.
As duas mães tiveram pré-eclâmpsia - condição na qual a mulher apresenta uma gravidez com alta pressão arterial. A placenta de ambas recebeu menos sangue, o que restringiu o desenvolvimento dos fetos.
Madeline nasceu com apenas 26 semanas e 6 dias. Rumaisa veio ao mundo com uma semana a menos. Bebês saudáveis levam apenas 18 semanas para atingir o peso com o qual ambas nasceram.
Muraskas mostra preocupação com casos como o do Japão, que baixou o limite possível de partos para apenas 22 semanas e citou um "fascínio" atual das pessoas por bebês prematuros.
O pesquisador destaca que três fatores devem ser considerados em casos de bebês prematuros e com baixo peso: a idade gestacional, tratamento a base de esteroides e o gênero do feto (homem ou mulher).
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