China autoriza dissidente Chen a deixar o país para estudar (Postado por Lucas Pinheiro)
“Chen Guangcheng poderá estudar no exterior, de acordo com a lei”, afirmou o porta-voz da Chancelaria chinesa, Liu Weimin, citado pela agência estatal “Xinhua”.
O dissidente, porém, ainda terá que fazer o pedido formal ao governo chinês. Seu destino deve ser os EUA.
Chen Guangcheng, que depois de se refugiar por alguns dias na embaixada norte-americana em Pequim foi internado em um hospital, passou a fazer apelos para receber asilo, num caso que ameaça agravar as tensões entre a China e os EUA.
Chen, ativista jurídico autodidata, deixou a embaixada na quarta-feira (2), logo antes de a secretária de Estado Hillary Clinton chegar a Pequim para discussões estratégicas e econômicas entre as duas superpotências.
Horas depois, porém, Chen mudou de ideia sobre um acordo que, segundo autoridades dos EUA, lhe permitiria permanecer em segurança com a família na China e estudar numa universidade. Em telefonemas a amigos e jornalistas, o ativista disse que teme por sua vida.
Políticos republicanos e defensores de Chen criticaram a atuação das autoridades norte-americanas no caso, e exigiram que a Casa Branca garanta a segurança do ativista, que fugiu em 22 de abril da prisão domiciliar em uma aldeia na província de Shandong, e então passou seis dias na embaixada.
Bob Fu, presidente da entidade religiosa e de direitos humanos ChinaAid, com sede no Texas, disse a jornalistas em Washington que conversou na noite anterior com Chen e que ele estava chorando e pedindo ajuda para ir aos EUA com a família.
Telefonema
O dissidente chinês fez nesta quinta um dramático apelo para ir aos EUA num telefonema transmitido ao vivo a uma audiência parlamentar norte-americana. “Quero ir aos Estados Unidos para descansar. Não descanso há dez anos”, disse Chen por celular, em mandarim. “Estou preocupado principalmente agora com a segurança da minha mãe e meus irmãos. Quero realmente saber o que está acontecendo com eles”.
Aparentemente, Chen falou do hospital em Pequim onde está isolado. O dissidente disse à Reuters, falando do hospital, que está sendo tratado de uma fratura no pé, e que mudou de ideia sobre ficar no país depois de conversar com sua mulher, que relatou recentes ameaças contra sua família. “Eu me sinto muito inseguro. Meus direitos e liberdade não podem ser assegurados aqui”, afirmou.
(*) Com infomações das agências de notícias Efe, France Presse e Reuters
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