Obama aprova envio de ajuda militar a rebeldes sírios
Decisão foi tomada depois que a Casa Branca confirmou que o regime de Bashar al-Assad fez uso de armas químicas durante a guerra civil no país
A decisão do presidente Barack Obama de autorizar ajuda letal aos rebeldes sírios marca um aprofundamento do envolvimento norte-americano nos dois anos de guerra civil no país. Mas as autoridades dos EUA ainda discutem a quantidade e o tipo de armamento que será enviado às forças da oposição para garantir que as armas fiquem fora das armas dos extremistas que batalham pelo controle da Síria.
Autoridades dos EUA confirmaram a autorização de Obama na quinta-feira depois que a Casa Branca anunciou que possuía evidências conclusivas de que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, usou armas químicas contra as forças da oposição. Obama havia dito que uso de armas químicas atravessaria uma "linha vermelha" , sugerindo maior intervenção americana.
Comunicado: EUA confirmam uso de armas químicas por forças de Assad na Síria
A CIA e treinadores de operações especiais já estão preparando alguns programas de treinamento para algumas armas para os rebeldes e é esperado que eles sejam encarregados de ensinar a oposição em como usar as armas que os EUA venham a fornecer, informou uma autoridade dos EUA à agência Associated Press (AP).
Denúncias: - França: Testes confirmam uso de sarin na Síria. ONU aponta possível utilização - Israel acusa governo Assad de usar armas químicas contra rebeldes sírios - Exames em sírios mostram sinais de uso de armas químicas, diz Turquia
Há também diversos debates dentro do governo sobre quem proveria a ajuda letal e como ela seria entregue, disseram outros oficiais.
Obama resistiu em armar os rebeldes até agora, uma abordagem cautelosa que destaca as profundas divisões dentro de seu governo. Os proponentes de uma ação mais agressiva, incluindo o secretário de Estado, John Kerry, aparentemente ganharam mais espaço do que aqueles que tinham uma posição mais ponderada sobre o envio de armas e munição para a zona de guerra.
Os EUA não fizeram nenhuma decisão em lançar uma zona de exclusão aérea sobre a Síria, disse Rhodes.
Os EUA até o momento forneceram apenas aos rebeldes sírios rações e suprimentos médicos. O governo também concordou a princípio em enviar coletes à prova de balas e outros equipamentos, como óculos de visão noturna aos rebeldes, embora o Pentágono disse que não houve nenhum movimento em relação a isso ainda.
Ajuda: EUA enviarão US$ 60 milhões em ajuda à oposição da Síria
Os pronunciamentos sobre um aumento da escalada da intervenção americana segue novas descobertas da inteligência mostrando que Assad usou armas químicas, incluindo sarin , em pequena escala diversas vezes no ano passado, deixando entre 100 a 150 mortos, segundo estimativas.
Conselheiros de Obama acreditam que o regime de Assad ainda mantém o controle dos estoques de armas químicas e não encontraram nenhuma evidência de que forças rebeldes tenham lançado ataques usando esses agentes mortais.
O governo anunciou em abril que possuía "graus variáveis de confiança" de que o gás sarin era usado na Síria. Mas as autoridades afirmaram na ocasião que não tinham sido capazes de determinar quem era o responsável pelo uso da arma química.
As descobertas mais conclusivas anunciadas na quinta-feira foram possíveis pelas evidências enviadas aos EUA pela França , que, junto ao Reino Unido, havia confirmado que o governo Assad era o responsável por disparar o gás contra a oposição.
Nahum Sirotsky: Hezbollah posiciona Líbano na defesa de Assad na Síria
Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Anders Fogh Rasmussen, disse na sexta-feira que "a comunidade internacional deixou claro que qualquer uso de armas químicas era completamente inaceitável em qualquer aspecto da lei internacional".
Ele disse que recebia bem o "comunicado claro dos EUA" e exigiu da Síria "maior acesso às Nações Unidas para investigar todos os registros de uso de armas químicas".
Obama afirmou repetidamente que o uso de armas químicas cruzaria uma "linha vermelha" e constituiria uma "mudança no jogo" para a política americana na Síria, que até agora se concentrou inteiramente em fornecer à oposição assistência humanitária e não letal.
A Casa Branca informou ter notificado o Congresso, as Nações Unidas, e aliados internacionais importantes sobre a nova determinação feita pelos EUA sobre as armas químicas. Obama discutirá as avaliações, junto a outros problemas da Síria, durante a reunião dois oito nações líderes da indústria na próxima semana na Irlanda do Norte.
Veja o especial do iG sobre o mundo árabe
"Não gostaria de fazer paralelos com o famoso dossiê do ( ex ) secretário de Estado Colin Powell, mas os fatos, a informação apresentada pelos EUA não me parece convincente", disse Ushakov.
Os rebeldes sírios há anos pedem intervenção maior do ocidente, particularmente por causa dos estimados 5 mil combatentes do Hezbollah que foreceriam apoio às forças do regime. O impressionante sucesso militar de Assad na semana passada em Qusair , perto da fronteira libanesa, e as preparações para ofensivas contra Homs e Aleppo fazem da questão um tema mais urgente.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial