terça-feira, 1 de outubro de 2013

EUA começam paralisação parcial de serviços por falta de verbas
 

Do UOL, em São Paulo
  • Larry Downing/Reuters
    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz pronunciamento sobre a situação fiscal do país na Casa Branca, em Washington O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz pronunciamento sobre a situação fiscal do país na Casa Branca, em Washington
O governo dos Estados Unidos enfrentará uma paralisação parcial nesta terça-feira (1º), porque o Congresso não conseguiu chegar a um acordo para aprovar o novo Orçamento federal. O prazo final era a meia-noite de segunda para terça-feira.
É a primeira paralisia do Estado desde janeiro de 1996, quando o democrata Bill Clinton presidia o país.
Não está claro quanto tempo se prolongará a paralisação. A falta de recursos não deve afetar as funções essenciais, como segurança nacional, mas reduzirá fortemente o funcionamento de muitas agências de regulação, levando à licença não-remunerada de até um milhão de funcionários públicos federais.
O fechamento do governo pode custar mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,22 bilhões) aos cofres públicos, segundo a Casa Branca.
O impasse é provocado, principalmente, por divergências políticas: a Câmara dos Representantes (semelhante à Câmara dos Deputados) tem maioria republicana, de oposição, enquanto o Senado tem maioria democrata, mesmo partido do presidente Barack Obama.
O grande ponto de discórdia entre as duas Casas é a reforma de saúde promovida pelo governo Obama.
"As agências devem executar agora os planos para uma paralisação ordenada diante da ausência de recursos", disse Sylvia Mathews Burwell, diretora do departamento de Orçamento da Casa Branca. "Pedimos ao Congresso que atue rapidamente para aprovar a lei (...), que permita tempo suficiente para a votação de um orçamento para o ano fiscal", disse.

Impasse no Congresso 

Na noite de segunda-feira (30), o Senado dos EUA, de maioria democrata, rejeitou a nova versão do projeto de lei orçamentária aprovada minutos antes pela Câmara de Representantes, de maioria republicana.
A nova versão adiava o início da reforma de saúde promovida pelo presidente Barack Obama, a chamada Obamacare, prevista para esta terça-feira (1º).

A Câmara de Representantes havia adotado um terceiro projeto temporário de Orçamento, por 228 votos a 201, aprovando o Orçamento, mas retardando, por um ano, a aplicação do Obamacare.

Para a maioria dos americanos (46%), o fechamento parcial de repartições públicas é de responsabilidade dos republicanos, enquanto 36% culpam o governo, segundo pesquisa da CNN/ORC International publicada nesta segunda-feira, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

Obama fará nova reunião com congressistas nesta terça

Em meio à queda de braço, o presidente Barack Obama se reuniu na segunda-feira com os líderes do Congresso, e fará o mesmo na terça-feira, mas reiterou que não negociará sob ameaça.

"Infelizmente, o Congresso não cumpriu com sua responsabilidade. Não foi capaz de aprovar um orçamento e, como resultado, grande parte do nosso governo deve fechar agora até que o Congresso volte a financiá-lo", disse Obama em um vídeo divulgado pela Casa Branca.

Governo também enfrenta impasse sobre limite da dívida

Esta não é a única crise que o governo americano enfrenta no momento. Democratas e republicanos também têm opiniões diferentes sobre o aumento do limite da dívida pública.
O país deve atingir o limite da dívida pública (US$ 16,7 trilhões) em 17 de outubro, informou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, em carta aos líderes do Congresso. Segundo ele, se nada for feito, depois dessa data o país não terá como pagar suas contas.
O governo tem se aproximado do teto da dívida desde maio, mas vem evitando dar calote em suas obrigações ao adotar medidas emergenciais, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão para funcionários públicos.
Há dois anos, os EUA viveram situação semelhante. O impasse de meses bloqueou o sistema político dos Estados Unidos, alarmou seus aliados internacionais, sacudiu os mercados financeiros e prejudicou a imagem do país no exterior.
(Com agências internacionais)

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