Garotinho denuncia 'farsa' montada por PMDB, PT e Globo
Vídeo detalha esquema que teria tentado incriminar deputado
Matéria do O Globo publicada em novembro destacava os depoimentos do mesmo Anderson como parte do material da investigação policial sobre a contratação de ativistas profissionais pelo PR. O vídeo agora revelado no blog do Garotinho, contudo, mostra o "ex-militante do PR" contando detalhes das conversas realizadas com Paulo Melo e André Ceciliano, e e-mails trocados com o governador Sérgio Cabral e um jornalista para tentar envolver Garotinho e a sua filha nas manifestações.
Anderson teria participado de reuniões do PR e de encontros com ativistas para registro de fotos e gravações que seriam utilizadas como provas contra o PR depois. De acordo com a denúncia publicada no Blog, o esquema contou com propina, tortura, provas forjadas, gravações clandestinas e ameaças. A matéria também indica que mais detalhes do "farto material" que revelou o esquema montado pelo trio PT, PMDB e Globo devem ser revelados nos próximos dias.
"Todas as gravações que foram feitas por mim, dentro do PR ou fora, ou quando alguém me ligava, eu tinha que levar e apresentar aos deputados André Ceciliano e Paulo Melo", disse Anderson no vídeo. Ele também informa que era orientado pelos dois, que pagaram em mãos pelo serviço. Fala também de fotos que foram feitas com Clarissa Garotinho, que, ressalta, nem o conhecia, com o Baiano e com black blocs, para serem usadas para montagens depois. Conta ainda que, "no final", chegou a ser ameaçado por Paulo Melo e André Ceciliano.
O JB tentou entrar em contato com André Ceciliano, mas, de acordo com a assessoria de imprensa, ele está em viagem e não estará disponível até a próxima segunda-feira. A reportagem também entrou em contato com a assessoria de imprensa do presidente da Alerj, Paulo Melo, que não respondeu até o fechamento desta matéria, e com a assessoria das organizações Globo, que não atendeu aos telefonemas.
A reportagem do O Globo de novembro destacava a participação do assessor do deputado estadual Geraldo Pudim (PR), Sebastião Rodrigues Machado Júnior, o Nayt, e "outros suspeitos de envolvimento no recrutamento de ativistas 'profissionais'". Ressaltava conversas de Anderson com o secretário-executivo do PR, Fernando Peregrino, e outros integrantes da cúpula do partido. Peregrino chegou, inclusive, a destacar para o jornal carioca que Anderson poderia ser um infiltrado político, possivelmente ligado ao PMDB.
"Para terem ideia, num trecho que divulgaremos mais adiante, Anderson diz que foi levado para uma delegacia e colocado nu durante três horas para que aceitasse mudar seu depoimento a fim de incriminar a mim e a filha Clarissa Garotinho. Neste pequeno trecho de hoje, porém, há uma denúncia gravíssima. O presidente da Assembleia Legislativa, dentro do gabinete da presidência, pagou R$ 5 mil em dinheiro vivo. O fato é gravíssimo e não temos a menor dúvida de que as imagens, áudios e documentos que divulgaremos nos próximos dias provocarão uma imensa revolta na opinião pública", disse Garotinho em seu blog.
Geraldo Pudim reforça denúncia ao Ministério Público e pede ação da Alerj
A publicação de Garotinho reforça ainda que, para garantir a segurança de Anderson antes da divulgação do material coletado, o deputado Geraldo Pudim iria hoje ao Ministério Público para protocolar um pedido para que o denunciante seja incluído no Programa de Proteção à Testemunha.
Em conversa por telefone com o JB, Pudim ressalta que a matéria do O Globo foi produzida no mesmo momento em que a ocorrência foi aberta na polícia. Na época, Pudim chegou a protocolar denúncia no Ministério Público e na Alerj, mas sem tantos elementos como se tem agora com as declarações de Anderson. De acordo com ele, o "aparelho estatal está comprometido" e tudo teria sido uma grande armação, com participação de setores da polícia do Rio de Janeiro.
"Isso é uma forma diabólica, envolvendo PT, PMDB e Globo, que é inimigo notório do Garotinho, para tentar prejudicar sua campanha, utilizando o Anderson. Diante disso, eu já havia entregue ao corregedor da Alerj essa denúncia, antes do recesso, com pedido de providência, nós fomos ao MP. O Anderson está, obviamente, apavorado. Ele resolveu falar a verdade. Esse rapaz foi usado de forma cruel. Eu espero que, diante dos fatos, o corregedor da Alerj tome as providências. Isso pode ir mais além do que a gente imagina", declarou Pudim, que disse ainda que Anderson procurou os advogados do partido atrás de proteção.
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