quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Veja a repercussão internacional da morte de Muammar Kadhafi

O anúncio do Conselho Nacional de Transição da Líbia de que o ex-ditador do país foi morto nesta quinta-feira (20) gerou forte repercussão internacional. Os líderes dos principais países e organizações do mundo reagiram à informação antes mesmo de ela ser confirmada por fontes independentes ou pela Otan.

A presidente Dilma Rousseff reagiu às informações sobre a morte de Kadhafi dizendo que o mundo deve apoiar e incentivar o processo de transição democrática no país, mas ressaltando que uma morte não deve ser "comemorada". "A Líbia está passando por um processo de transformação democrática. Agora, isso não significa que a gente comemore a morte de qualquer líder que seja", disse a presidente.

A declaração foi feita pela presidente à imprensa em Angola, durante seu giro pela África, após ser questionada sobre a captura e morte de Muammar Kadhafi. Dilma havia sido informada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da captura do líder líbio e das imagens mostrando-o aparentemente morto. "O fato de ela (a Líbia) estar em um processo democrático é algo que todo mundo deve - eu não acho que comemorar é a palavra - apoiar e incentivar. De fato o que nós queremos é que os países tenham essa capacidade de viver em paz e democracia."

O primeiro-ministro britânico David Cameron assinalou que este é "um dia para recordar todas as vítimas" de Kadhafi, em referência às que morreram no atentado de Lockerbie, Escócia, em 1988.

"Hoje é um dia para recordar todas as vítimas do coronel Kadhafi (incluindo as que morreram no atentado de Lockerbie, Escócia, em 1988) e as inúmeras pessoas que morreram nas mãos deste brutal ditador e de seu regime", acrescentou em uma rápida coletiva em sua residência oficial de Downing Street.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou nesta quinta-feira (20) que a notícia da morte de Muammar Kadhafi marcou uma "histórica transição para a Líbia". "O caminho à frente para a Líbia e seu povo será difícil e cheio de desafios. Agora é o momento de todos os líbios se unirem", afirmou Ban na sede das Nações Unidas.

"Os combatentes de todos os grupos devem depor suas armas e se unir em paz. Este é um momento de reconstrução e cura", afirmou o chefe da ONU. Até o fim desta manhã, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os EUA ainda não havia confirmado a morte. Entretanto, a aliança admitiu ter bombardeado um comboio pró-Kadhafi próximo à cidade onde os ex-rebeldes dizem ter matado o ditador.

O premiê da Itália, Silvio Berlusconi, disse que "a guerra acabou", ao ser informado sobre os relatos da captura ou da morte do ex-ditador líbio Muammar Kadhafi.

"Sic transit gloria mundi" (Assim passa a glória do mundo), disse Berlusconi, em latim, durante reunião com líderes de seu partido, segundo a imprensa local.

Berlusconi era aliado de Kadhafi antes do início da revolta popular que derrubou o coronel.

A morte do ex-ditador líbio representa "o final de uma era" na Líbia, segundo os principais dirigentes da União Europeia (UE), que pediram nesta quinta-feira as novas autoridades uma política de reconciliação.

O fim do ditador "marca o fim de uma era de despotismo e repressão que se estendeu por tempo demais pelo povo líbio", afirmaram em uma declaração conjunta os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

"A Líbia pode nesta quinta-feira virar uma página em sua história e empreender um novo futuro democrático", afirmaram. Van Rompuy e Barroso pediram ao Conselho Nacional de Transição (CNT) que coordenem "um processo de reconciliação" dirigido a todos os líbios e permitam "uma transição democrática, pacífica e transparente no país".

O senador americano John McCain afirmou nesta quinta-feira que a morte de Muamar Kadhafi marcou o fim da "primeira fase" da revolução na Líbia e pediu o estreitamento dos laços entre Washington e Trípoli.

"A morte de Muamar Kadhafi marca o fim da primeira fase da revolução líbia. Enquanto algumas batalhas finais continuam, o povo líbio libertou seu país", afirmou em um comunicado o legislador republicano pelo Arizona e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos em 2008.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, um dos mais fervorosos patrocinadores da intervenção internacional na Líbia, saudou nesta quinta-feira o "desaparecimento de Muamar Kadhafi como um grande passo na libertação da Líbia".

"O desaparecimento de Muamar Kadhafi é um grande passo na luta conduzida há mais de oito meses pelo povo líbio para livrar-se do regime ditatorial e violento imposto durante mais de 40 anos", declarou o presidente francês em um comunicado, horas depois da notícia da morte do ex-dirigente líbio.

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, saudou nesta quinta-feira o "fim de 42 anos de tirania" na Líbia, após o anúncio pelas autoridades da morte do líder deposto Muamar Kadhafi, e declarou que a França está orgulhosa de ter ajudado o povo líbio. "O anúncio da morte de Kadhafi e a queda de Sirte significam o fim de um período muito difícil para o povo líbio. É o fim de 42 anos de tirania, de um conflito militar que foi muito duro para o povo líbio", declarou Juppé à imprensa em Nova Délhi.

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