O retorno do Paraguai para o Mercosul no próximo mês de agosto, após mais de um ano de suspensão do bloco, será um dos temas a serem tratados num encontro de Maduro com a presidente Dilma Rousseff. O venezuelano virá ao Brasil para agradecer o apoio que recebeu de Dilma e dos demais chefes de Estado da América do Sul à sua eleição.
Outro assunto a ser tratado rapidamente no encontro será o processo de industrialização da Venezuela, país cuja economia é altamente dependente do petróleo. Os venezuelanos também têm interesse em receber mais investimentos brasileiros para obras de infraestrutura e logística.
Além de Brasília, o presidente venezuelano passará por Montevidéu e Buenos Aires, para dizer obrigado pessoalmente ao uruguaio José Mujica e à argentina Cristina Kirchner. A exemplo da polarização política que tomou a Venezuela, porém, as visitas não devem ser livres de protestos. A primeira parada, hoje, no Uruguai, é esperada com reações dos opositores Partido Nacional e Colorado, que criticam a postura do governo de Mujica de receber Maduro e, assim, reconhecer sua vitória nas eleições. O tom das manifestações deve ser menor na Argentina, onde o autoproclamado “filho de Hugo Chávez” receberá um ato público de apoio preparado pelo grupo kirchnerista La Cámpora.
Relação complicada com o Paraguai
Por enquanto, não há previsão de contato algum entre Maduro e o presidente eleito paraguaio, Horacio Cartes. A questão envolvendo o Paraguai é bastante delicada. O país foi afastado do bloco e teve suspenso o convívio com os países associados à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em junho de 2012, por causa do impeachment que tirou do poder o então presidente Fernando Lugo. Com a saída temporária dos paraguaios - únicos do Mercosul que ainda não haviam aprovado o ingresso da Venezuela como membro pleno do bloco — Brasil, Argentina e Uruguai concretizaram rapidamente o ingresso dos venezuelanos.
O líder da oposição, Henrique Capriles, afirmou que a turnê de Maduro pelo Mercosul é uma tentativa desesperada do herdeiro chavista de conquistar legitimidade. “Fotos e reuniões não tiram a sombra de ilegitimidade que o acompanha por onde for! Ele roubou as eleições, todo mundo sabe!”, escreveu Capriles em sua conta no Twitter, em referência ao rival.
Enquanto corteja os países do Mercosul, Maduro não poupa outros líderes: se durante a campanha eleitoral os rivais da oposição venezuelana eram o alvo do chavista, agora suas críticas têm se dirigido a políticos estrangeiros. Nos últimos dias, Maduro comprou briga com Colômbia, Espanha, Peru e Estados Unidos, com denúncias que vão de ingerência a planos para assassiná-lo — este, supostamente tramado pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.
A viagem foi antecedida por um anúncio que deve acirrar o clima de tensão no país: a partir do dia 13, o Exército e a Polícia Nacional farão a segurança das ruas do país. O plano tem previsão mínima de duração de seis meses, e deve se expandir a toda a Venezuela.
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