Papa Francisco reforma código penal e reforça sanções contra pedofilia
O texto, que introduz ainda nas leis vaticanas o delito de tortura, inclui "o conjunto da categoria dos crimes contra os menores: a venda, prostituição, recrutamento e violência sexual contra eles, a pornografia, a posse de material pornográfico e os atos sexuais com menores".
Em seu postulado, o Sumo Pontífice tomou também medidas contra a corrupção na Santa Sé. Anteriormente, o papa Francisco anunciou reformas no Banco do Vaticano.
Uma Igreja "doente" de "narcisismo teológico"
Mesmo antes de sua nomeação como papa, quando ele ainda era cardeal, Jorge Mario Bergoglio já criticava certos descaminhos do Vaticano. Em seu discurso no conclave de cardeais, ele advertiu que, "quando a igreja não sai de si mesma para evangelizar, ela se torna autorreferencial e, portanto, fica doente". Ele alertou contra a "autorreferencialidade" e o "narcisismo teológico". Ele também criticou a "igreja mundana, que vive para dentro de si própria, por si própria e de si própria".Em vez de usar uma cruz de ouro, ele usa uma de aço. E ele vive em um apartamento modestamente mobiliado na Casa Santa Marta (onde se hospedam os cardeais no período de conclave), em vez de viver no Palácio Apostólico. Recentemente, em vez de ocupar seu lugar na sala de concertos do Vaticano para ouvir música clássica, ele permaneceu em sua mesa trabalhando na versão final de seu decreto relacionado ao banco do Instituto de Obras Religiosas (IOR) do Vaticano.
Com a sua assinatura, ele criou uma poderosa comissão papal especial para analisar as atividades do banco. Ele também disse que a nova comissão terá o dever de mudar tudo no Banco do Vaticano, como também é conhecida a instituição. O papa Francisco disse ainda que o Vaticano certamente precisa de um banco, mas que as áreas de negócio da instituição só devem chegar a até "certo ponto".
Visita do papa
No Brasil, a Companhia de Jesus, ordem da qual faz parte o papa Francisco, considerou a eleição de Jorge Bergoglio uma surpresa, já que, teoricamente, nenhum dos membros da companhia poderia aceitar tal cargo."Não podemos aceitar cargos eclesiásticos, a única ressalva é se o cargo for para ajudar e estar a serviço da igreja. Se com suas capacidades ele puder ajudar à igreja, ele pode aceitar. Então, a igreja mostrou que precisa da Companhia de Jesus nesse momento da história", disse o porta-voz da Companhia, Geraldo Lacerdine.
Segundo Lacerdine, a escolha de um papa jesuíta ocorreu porque a Igreja Católica precisa se abrir para o diálogo, e a Companhia de Jesus tem como tradição a interlocução entre povos, culturas e religiões.
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