Pelo menos 82 mortos em naufrágio de barco
de imigrantes na Itália
"É um horror, um horror. Não param de trazer corpos", declarou, sem conter as lágrimas, a prefeita Giusi Nicolini.
"Já foram recuperados 82 corpos, incluindo mulheres e crianças", disse.
Segundo as equipes de resgate da guarda costeira e da polícia, até o momento mais de 150 sobreviventes foram resgatados.
"As operações de resgate prosseguem perto da ilha dos Coelhos", afirmou à AFP um comandante policial.
A prefeita Nicolini já havia informado que entre as vítimas estavam crianças de pouca idade e mulheres.
A embarcação, que transportava quase 500 pessoas, sofreu um incêndio quando os passageiros atearam fogo para chamar a atenção e pedir ajuda.
O combustível provocou um incêndio no barco, que afundou rapidamente.
"Estão na água desde a madrugada", disse a prefeita ao canal Sky TG24.
"As câmeras de televisão têm que vir, mostrar os corpos. Ou então é como se estas tragédias não existissem", disse a prefeita, muito abalada.
Antonio Candela, que trabalha no departamento de Saúde de Lampedusa, afirmou que os imigrantes são procedentes em sua maioria da Somália.
Barcos de turismo, alertados pelos gritos, foram os primeiros a ajudar os imigrantes.
De acordo com investigadores, o barco zarpou da Líbia.
Candela afirmou que outra embarcação chegou na quarta-feira à noite ao local com 463 imigrantes.
Na segunda-feira, 13 imigrantes, em sua maioria da Eritreia, morreram afogados quando tentavam chegar à costa de Ragusa (Sicília).
No início de agosto, uma tragédia similar aconteceu em um praia ao leste da Sicília e seis egípcios morreram quando tentavam chegar ao país.
Desde o início do ano, mais de 22.000 imigrantes desembarcaram nas costas do sul do país (Sicília e Calábria), três vezes mais que em todo o ano de 2012.