quarta-feira, 9 de abril de 2014

Venezuela apela a número 2 do Vaticano para mediar crise

Governo convidou formalmente o cardeal Pietro Parolin para mediar as conversas com a oposição

Andrew Cawthorne, da
 
Crlos Garia Rawlins/Reuters
Polícia da Venezuela atira gás lacrimogêneo em manifestantes da oposição durante tumultos em Caracas
Polícia da Venezuela atira gás lacrimogêneo em manifestantes da oposição durante tumultos em Caracas
Caracas - O governo da Venezuela convidou formalmente nesta quarta-feira o cardeal Pietro Parolin, considerado o número dois na hierarquia do Vaticano, para mediar as conversas com a oposição, na esperança de conter a violência que já matou dezenas de pessoas nos piores no país distúrbios em uma década. Em uma carta, o governo do presidente Nicolás Maduro pediu que Parolin, ex-enviado à Venezuela e atual secretário de Estado do Vaticano, seja nomeado "testemunha de boa fé" para um diálogo com o qual as duas partes finalmente concordaram depois de dois meses de protestos.
Um porta-voz do Vaticano confirmou a disposição da Igreja de mediar, mas não deu maiores detalhes.
A coalizão de oposição da Venezuela havia indicado que o atual enviado do Vaticano, Aldo Giordano, participaria das primeiras conversas formais, que devem começar na quinta-feira em Caracas. Os dois funcionários da Santa Sé são italianos.
Parolin, que representou o Vaticano na Venezuela entre 2009 e 2013, é um diplomata de carreira frugal e avesso à publicidade e, de acordo com aqueles que o conhecem, é a antítese de seus antecessores mais recentes.
O governo e a coalizão opositora Mesa de União Democrática (MUD) tiveram um primeiro encontro preliminar na terça-feira, concordando em iniciar um diálogo formal sobre problemas que vão do crime e das questões econômicas à detenção de manifestantes.

20 fotos dos violentos protestos na Venezuela

Manifestações nas ruas de Caracas contra o governo já duram dias, com um saldo de centenas de presos e feridos e três mortos

         
REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Veja a seguir fotos dos protestos contra o governo de Nicolás Maduro, que responde com repressão e teorias conspiratórias
São Paulo - As ruas de Caracas, na Venezuela, foram tomadas por milhares de manifestantes na última semana.
Na maioria jovens estudantes, eles protestam contra o governo de Nicolás Maduro, que responde com violência desmedida.
Três manifestantes já foram mortos e outros centenas já
foram feridos e presos. Não só as forças policiais do governo, mas milícias pró-Maduro também agem com violência nos protestos.
Os jovens reclamam de um governo delirante, que mantém o discurso de "forças externas malignas querem prejudicar a revolução bolivariana". Para Maduro, os protestos foram uma "tentativa de golpe".
Enquanto isso, a economia do país está em frangalhos: a inflação passa dos 50% e faltam produtos básicos nas prateleiras. 
Veja a seguir 20 fotos dos violentos protestos:
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