FMI se reúne, a partir de hoje, para discutir baixo crescimento mundial
O Fundo Monetário Internacional (FMI), inicia hoje (10), em
Washington, reunião para tentar desatar o nó da crise econômica global,
iniciada em 2008. O encontro deve buscar soluções para que os países
superem o baixo crescimento da economia global, disse, em entrevista por
telefone à Agência Brasil, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Comzendey.
“Acho
que a discussão vai girar em torno [da busca de respostas para a
crise]. O que [se deve fazer] para reagir. Acredito que a discussão
estará centrada na conjuntura. Ou seja, na verificação de que a
expectativa que havia no início do ano de um crescimento mais forte de
uma economia global, que não se realizou, [exige ação]".
Conforme o FMI, no relatório World Economic Outlook,
divulgado esta semana, o ano de 2014 praticamente está se encerrando
com crescimento mundial projetado em apenas 3,3%. A revisão das
previsões ocorre em razão de o crescimento na primeira metade de 2014
ter sido inferior ao projetado, refletindo série de "surpresas
negativas", incluindo o desempenho relativamente fraco dos Estados
Unidos, o crescimento modesto na zona euro e a progressão da economia
nipônica abaixo do previsto.
Comzendey lembrou que, durante toda a
semana, os economistas do FMI e a própria diretora-gerente do fundo,
Christine Lagarde, alertaram sobre a necessidade de os países adotarem
medidas para retomar o crescimento. “Claramente [o FMI] está
demonstrando que há uma frustração da expectativa de crescimento da
economia mundial. Mesmo os Estados Unidos, [que vêm se recuperando], em
março, tinha uma previsão de crescimento de 2,9%, agora já são 2,2%”,
destacou.
No caso do Brasil, o FMI reduziu para 0,3% estimativa
de crescimento em 2014, abaixo da estimativa do governo de 1,8%,
defendida pelo governo até setembro, e revisada, desde então, para 0,9%.
“A
economia cresceu pouco no primeiro semestre, como a gente sabe, mas
está se recuperando agora. Comparativamente a outros países, a gente vê
que há uma queda das expectativas, quase todos os países foram revisados
para baixo. [Houve] muito pouca análise para cima, como é o caso da
Índia. A maioria das previsões mostram a expectativa de crescimento para
baixo e o Brasil está nesta mesma direção”, avaliou Comzendey.
Além
do encontro do FMI e do Banco Mundial, o grupo G20 [que reúne as
maiores economias do planeta] agendou reuniões em Washington. Segundo
Comzendey, hoje haverá encontro dos países que lideram a economia
mundial para preparar o encontro de cúpula que acontece na Austrália, em
novembro. O secretário observou que devem ser feitos ajustes finais
sobre os termos da proposta para a iniciativa global de infraestrutura.
“O G20 aprofundou neste ano esta discussão com o objetivo de encontrar
caminhos para melhorar a infraestrutura, com a melhora dos investimentos
públicos e atração de investimentos privados para a infraestrutura”,
disse.
Ele admitiu que são importantes, sim, os investimentos em infraestrutura, por ser “um dos nós do crescimento do país”. E acrescentou: “O governo vem fazendo o que qualquer governo [faria]”, disse.
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