sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Estudo faz panorama de doenças e mortes em todo o mundo (Postado por Lucas Pinheiro)

 O mundo tem conseguido evitar mortes prematuras, mas as pessoas têm vivido mais e mais doentes, segundo o Estudo sobre a Carga Global das Doenças (GBD, na sigla em inglês) 2010, um projeto colaborativo liderado pelo Instituto de Métrica e Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês), da Universidade de Washington, nos EUA.

Os resultados serão anunciados nesta sexta-feira (14) pela Sociedade Real de Londres e também aparecerão neste sábado (15) na revista científica "The Lancet", que pela primeira vez em sua história vai dedicar uma edição inteira a uma única pesquisa. Ao todo, são sete artigos científicos e comentários sobre os maiores desafios mundiais na área da saúde.

Segundo o levantamento, o mundo tem passado por grandes mudanças desde a década de 1990, quando foi feita a primeira edição do GBD. De lá para cá, a população global tem envelhecido mais, a incidência de doenças infecciosas e desnutrição infantil tem caído, e – com exceção da África Subsaariana –, as pessoas estão mais propensas a ter uma vida adulta pouco saudável, por causa do sedentarismo e da má alimentação.

 Essa "carga de saúde" definida pelo GBD está mais ligada ao que nos faz mal, e não ao que está nos matando. O maior contribuinte para isso costumava ser a mortalidade precoce – que atingiu mais de 10 milhões de crianças menores de 5 anos –, mas agora a realidade é outra, com mais doenças crônicas (como asma, pressão alta, infarto, derrame, obesidade, diabetes, fumo, alcoolismo e câncer), lesões nos músculos e ossos (como osteoporose) que causam invalidez e mortes, e problemas mentais. E esse número cresce à medida que as pessoas vivem mais.

O estudo aponta ainda que, enquanto os países têm feito um ótimo trabalho para combater doenças fatais, principalmente as infectocontagiosas (como a Aids), a população mundial está vivendo com mais problemas de saúde que causam dor, prejudicam a mobilidade e capacidades como a visão, a audição e o funcionamento cerebral.

De acordo com o diretor do IHME, Christopher Murray, pouquíssimos indivíduos estão vivendo em perfeitas condições de saúde e, com a idade, a maioria acumula doenças.

"Deveríamos recalibrar o que a vida será para nós quando tivermos 70 ou 80 anos. Isso também tem profundas implicações para os sistemas de saúde, visto que eles definem prioridades", disse.

 Mais de 300 instituições envolvidas
O atual GBD começou a ser feito em 2007 e contou com a colaboração de 302 instituições em 50 países – sendo 26 de baixa e média rendas. Entre as entidades participantes, estão a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, a Faculdade de Saúde Pública Bloomberg da Universidade Johns Hopkins, o Imperial College de Londres, a Universidade de Tóquio e a Universidade de Queensland, na Austrália.

O projeto foi inicialmente financiado pelo Banco Mundial e, depois, pela Fundação Bill & Melinda Gates. Ao todo, 486 pesquisadores participaram desse trabalho científico para quantificar os níveis e as tendências de problemas de saúde no mundo.

Os autores usaram registros, pesquisas, censos e análises de ensaios clínicos disponíveis. Com isso, conseguiram mapear a atual situação em cada local, desde os casos de Aids até de deficiência nutricional de substâncias como zinco. Novas ferramentas de avaliação foram desenvolvidas para preencher as lacunas de informações nos países em que elas eram escassas. Os métodos foram testados usando estimativas de lugares onde há dados mais facilmente disponíveis, como EUA e Japão. As estatísticas sobre doenças do coração se mostraram mais abundantes que as de coqueluche, por exemplo.

O GBD conseguiu, então, produzir 650 milhões de estimativas sobre desafios de saúde grandes e pequenos.

"Além de o GBD oferecer descobertas epidemiológicas significativas, que vão moldar os debates políticos em todo o mundo, ele delineia as lacunas sobre o conhecimento existente sobre doenças e traça novas maneiras de melhorar a coleta e a análise de dados de saúde pública", disse Paul Farmer, presidente do Departamento de Medicina Global e Medicina Social da Faculdade de Medicina de Harvard.

 Mortes entre adultos e crianças
O estudo também destaca que, apesar de importantes avanços como a queda na mortalidade infantil, doenças como diarreia causada por rotavírus e sarampo são responsáveis pela morte de mais de 1 milhão de crianças com menos de 5 anos por ano no mundo, apesar de existirem vacinas eficazes contra os dois problemas.

Além disso, o que mais chamou a atenção dos especialistas é que o número de mortes entre adultos de 15 a 49 anos cresceu 44% no período de 1970 a 2010. O resultado é, em parte, pelo aumento da violência e pela elevação contínua dos casos de HIV, que mata mais de 1,5 milhão de pessoas por ano em todo o mundo.

Os riscos associados à dieta e ao sedentarismo, como excesso de peso e altas taxas de açúcar no sangue, são responsáveis por 10% da carga de doenças globais e só tendem a aumentar.

Segundo os cientistas, grande parte da carga na saúde é causada por um grupo relativamente pequeno de doenças. Os pesquisadores examinaram mais de 300 enfermidades, lesões e fatores de risco, e descobriram que apenas 50 causas diferentes eram responsáveis por 78% da carga global de doenças – 18 delas respondiam por mais da metade do total.

As doenças isquêmicas do coração, como o infarto, e o acidente vascular cerebral (AVC) foram as duas maiores causas de mortes no mundo entre 1990 e 2010. Problemas como diabetes, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica também subiram, enquanto casos de diarreia, tuberculose e infecções respiratórias nas vias aéreas inferiores (traqueia, brônquios e bronquíolos) caíram.

Entre as doenças que provocam mortes prematuras e incapacidade, houve outra mudança: a encefalopatia neonatal – doença cerebral fatal em recém-nascidos – e a desnutrição infantil deixaram de estar entre as dez principais causas de óbitos entre 1990 e 2010, e foram substituídos por lesões decorrentes de acidentes de trânsito e dor na coluna lombar.

 Diferenças continentais
O GBD 2010 observou que a lacuna na área da saúde entre a África Subsaariana e o resto do mundo está aumentando. Na porção austral da África, ainda há mais incidência de doenças infecciosas, infantis e mortes maternas, que chegam a 70% da carga das doenças. No Sul da Ásia e na Oceania, esse peso é de 30% e nas demais regiões do planeta, menos de 20%.

Além disso, a idade média de morte subiu mais de 25 anos na América Latina, na Ásia e no Norte da África em 40 anos, e na África Subsaariana cresceu menos de 10. E doenças que têm sido tradicionalmente considerada "ocidentais", também têm se elevado entre os africanos, como dores, ansiedade, depressão e outros distúrbios mentais.

Os pesquisadores esperam agora que os governos atentem para esses resultados e deem mais atenção para problemas negligenciados, como foram os casos de malária anunciados pelo GBD de 1990. Segundo os coordenadores, a ferramenta deve servir para líderes e ministros da Saúde se preparar para os desafios, sem deixar que o impacto sobre as economias mundiais afete os investimentos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Enfermeira do 'trote' sobre Kate Middleton se enforcou, diz legista (Postado por Lucas Pinheiro)

 A enfermeira do caso da "pegadinha telefônica" relacionada com a gravidez de Kate Middleton se enforcou, segundo a necrópsia, cujo resultado foi divulgado nesta quinta-feira (13) em Londres.

A indiana Jacintha Saldanha, que era casada e mães de dois filhos, foi encontrada morta, pendurada em um cachecol amarrado na porta de um guarda-roupa, em um alojamento do hospital, na sexta-feira passada.

Jacintha, que tinha 46 anos, foi achada por uma colega e por um membro da equipe de segurança do hospital King Edward VII, onde trabalhava havia mais de quatro anos.

 "Infelizmente foi encontrada enforcada", declarou o inspetor da polícia James Harman, em um julgamento de instrução londrina.

Ela também tinha um ferimento no pulso, mas não havia "circunstâncias suspeitas" no local, o que afasta a hipótese de homicídio, segundo o policial.

 A polícia encontrou dois bilhetes no quarto e um terceiro entre os pertences de Jacintha, mas não revelou o conteúdo.

Saldanha foi a enfermeira que atendeu na semana passada à ligação de dois locutores da rádio australiana 2Day.

Ela passou a ligação para uma colega que atendia Kate, internada desde a véspera por complicações relacionadas com sua recente gravidez.

Os radialistas imitaram a voz da Rainha Elizabeth II e do Príncipe Charles e pediram informações sobre a gravidez. Jacintha foi enganada apesar das imitações serem, segundo os próprios radialistas, pouco convincentes.

O caso gerou repercussão mundial e condenações generalizadas à rádio envolvida.

A imprensa britânica falou, desde o começo, da possibilidade de um suicídio. Aparentemente, Jacintha não revelou à sua família que tinha sido vítima do trote.

Na segunda-feira, o premiê britânico, David Cameron, qualificou o incidente de uma "tragédia absoluta".
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vírus da Aids é usado para combater leucemia em menina de 7 anos (Postado por Lucas Pinheiro)

 A garota americana Emma Whitehead, de 7 anos, conseguiu combater uma leucemia – câncer que atinge os glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do organismo – graças a uma técnica experimental que usa uma forma deficiente do vírus da Aids para alterar as células do sistema imunológico e fazer com que o próprio paciente elimine a doença. As informações são do site do jornal "The New York Times".

Os resultados obtidos por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia em 12 pessoas foram apresentados neste domingo (9) e nesta segunda-feira (10) em uma reunião da Sociedade Americana de Hematologia, em Atlanta.

Emma já havia passado por sessões de quimioterapia, mas a doença voltou duas vezes. Desesperados, os pais procuraram um tratamento novo no Hospital Infantil da Filadélfia, que começou em abril e utilizou a variedade modificada de HIV para reprogramar o sistema de defesa dos pacientes e matar as células cancerosas.

 O tratamento com o remédio tocilizumab, porém, quase matou a menina – que teve 40,5° C de febre, ficou inconsciente e quase irreconhecível de tão inchada. Ela precisou respirar por aparelhos, e familiares e amigos chegaram a se despedir dela.

Hoje, mais de sete meses depois, o câncer desapareceu – mas a cura só é considerada total após um período de cinco anos. Emma voltou à escola, tem tirado notas altas e lê até 50 livrinhos por mês. Ela foi a primeira criança e um dos primeiros seres humanos a ter sucesso com a nova técnica, que dá ao sistema imune do próprio paciente a capacidade permanente de combater a doença.

A garota, que é filha única, foi diagnosticada em 2010 com leucemia linfoide (ou linfoblástica) aguda, que danifica o DNA de um grupo de células na medula óssea, que acabam sendo substituídas por células doentes.

  Três adultos com leucemia crônica também tiveram remissão completa do câncer durante o estudo, e dois deles estão bem há mais de dois anos. Outros quatro adultos melhoraram, mas a doença não desapareceu completamente, e um quinto foi tratado muito recentemente, motivo pelo qual ainda é cedo para ser avaliado.

A outra criança submetida ao processo melhorou, mas depois teve uma recaída. E, em dois adultos, o tratamento não funcionou.

Apesar dos diferentes resultados, especialistas em câncer dizem que a pesquisa é uma grande promessa, porque conseguiu reverter casos aparentemente sem esperança em uma fase de testes ainda inicial.

Os cientistas acreditam que o mesmo método de reprogramação do sistema imune possa ser usado contra tumores de mama e próstata. Segundo o médico Carl June, que lidera os trabalhos, o novo tratamento poderia, no futuro, substituir o transplante de medula óssea – última esperança para indivíduos com leucemia e doenças similares.

Em agosto, a farmacêutica suíça Novartis resolveu apostar na equipe da Pensilvânia e destinará R$ 41,5 milhões para a construção de um centro de pesquisas no campus da universidade, com o objetivo de levar essa terapia para o mercado.

Como funciona o tratamento
Durante o processo, os médicos retiram dos pacientes milhões de células T – um tipo de glóbulo branco do sangue – e inserem novos genes que permitem que essas células matem as cancerosas. Elas fazem isso ao atacar as células B, parte do sistema imune responsável pela "malignização" celular, que leva à leucemia.

A técnica emprega uma forma deficiente do HIV, que é boa para transportar material genético nas células T. As células T alteradas, então, multiplicam-se e começam a destruir o câncer.

Um sinal de que o tratamento está funcionando é que o paciente fica doente, com febre, calafrios, queda na pressão arterial e problemas nos pulmões.

Muitas questões sobre o novo tratamento ainda permanecem, como o fato de se ele realmente funciona e por que às vezes falha. Além disso, ainda não está claro se o corpo dos pacientes precisará passar por alterações permanentes nas células T.

Outro problema é que, assim como elas destroem as células B cancerosas, matam também as saudáveis, deixando as pessoas vulneráveis a certos tipos de infecções – razão pela qual os voluntários precisam receber regularmente proteínas chamadas imunoglobulinas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Número de mortos por tufão 'Bopha' passa de 470 nas Filipinas (Postado por Lucas Pinheiro)

 As autoridades das Filipinas elevaram nesta quinta-feira (6) a pelo menos 475 o número de mortos em inundações e deslizamentos de terra causados pelo tufão "Bopha" no sul do país, onde há mais de 120 mil desabrigados. Segundo as Forças Armadas, 379 pessoas seguem desaparecidas.

As vítimas morreram em inundações, deslizamentos de terra ou quedas de árvores na ilha de Mindanao, uma das mais afetadas pelos tufões que atingem a cada ano o arquipélago filipino.

As equipes de resgate encontraram 258 cadáveres na costa leste da ilha de Mindanao, 17 em outra região da mesma ilha, 191 nas cidades de New Bataan e Monkayo, e 9 em outras ilhas do arquipélago.

 As autoridades revisam com frequência o número de vítimas do tufão, à medida que as equipes de emergência conseguem acessar as regiões isoladas no sul do arquipélago

O tufão Bopha, com ventos centrais de 120 km/h e rajadas de até 150 km/h, atingiu resorts de praia e áreas de mergulho no norte de Palawan nesta quarta (5), mas houve poucos danos, à medida que a tempestade começou a enfraquecer.

Forças Armadas
As Forças Armadas se somaram às operações de resgate e assistência aos afetados, mas as condições do tempo e a situação do terreno dificultam seu trabalho.

"Bopha" ou "Pablo", como é chamado nas Filipinas, perdeu força desde que entrou no país e agora se afasta com ventos sustentados de 120 km/h em direção ao Mar da China Meridional pela ilha de Palawan.

Pelo menos 120 mil pessoas precisaram deixar suas casas em Mindanao e na região de Visayas, pelo que estão alojadas nas casas de vizinhos ou em abrigos disponibilizados pelas autoridades.

Arthur Uy, governador de Compostela Valley, a província mais atingida, em Mindanao, disse que água e lama das montanhas invadiram edifícios escolares, quadras cobertas, prédios públicos e centros de saúde, onde os moradores haviam buscado abrigo. "As águas vieram tão de repente e inesperadamente, e os ventos eram tão ferozes, que agravaram a perda de vidas e os meios de subsistência", disse Uy.

Danos à agricultura e infraestrutura na província de Compostela Valley podem chegar a pelo menos 4 bilhões de pesos (US$ 98 milhões), com o tufão destruindo de 70% a 80% das plantações, a maioria de banana para exportação, disse Uy.

Cerca de 20 tufões atingem as Filipinas anualmente, muitas vezes causando morte e destruição. O tufão Washi matou 1.500 pessoas em Mindanao, também em dezembro, no ano passado.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Morre na China a mulher mais alta do mundo (Postado por Lucas Pinheiro)

 A mulher mais alta do mundo, uma chinesa que media 2,33 metros quando foi registrada pelo "Guinness World Records", em 2010, morreu aos 40 anos.

"Yao Defen morreu em meados de novembro", afirmou um porta-voz de Sucha, na província oriental de Anhui, onde vivia a mulher mais alta do mundo, nesta quarta-feira (5).

A causa da morte não foi revelada.

O gigantismo de Yao Defen era provocado por um tumor que afetava sua glândula pituitária e gerava um excesso de hormônios do crescimento.

Ela pesava cerca de 200 quilos e calçava 55, sofria hipertensão, várias doenças do coração, desnutrição e osteoporose devido ao gigantismo.

No momento da morte, em 13 de novembro, Yao Defen media 2,36 metros, segundo um jornal de Anhui. Aos 15 anos, ela já tinha mais de dois metros.

Mais velha
Também nesta semana morreu a americana Besse Cooper, considerada a pessoa mais velha do mundo pelo "Guinness World Records". Ela vivia em Monroe, estado da Geórgia, nos Estados Unidos, aos 116 anos de idade, informou a rede de TV "CNN".

Nascida em 26 de agosto de 1896, Besse ganhou a chancela de pessoa mais idosa do mundo em janeiro de 2011.