domingo, 30 de junho de 2013

Parlamento Europeu exige que EUA esclareçam se espionou a UE



Em Bruxelas

Escândalos e polêmicas do governo Obama10 fotos

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Violação de privacidade - Edward Snowden, 29, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem americana. O técnico revelou voluntariamente que é a fonte utilizada pelos jornais britânico "The Guardian" e norte-americano "The Washington Post", que revelaram dois programas de espionagem que permitem consultar diariamente registros de ligações nos Estados Unidos e extrair informação de servidores de gigantes da internet com o objetivo de espionar estrangeiros suspeitos de terrorismo Leia mais Ewen MacAskill/The Guardian/AP
O presidente do Parlamento Europeu (órgão legislativo da UE), Martin Schulz, exigiu neste domingo (30) dos Estados Unidos que esclareça se espionou a União Europeia (UE), como afirma a revista alemã "Der Spiegel", que cita documentos do ex-colaborador da espionagem americana Edward Snowden.

"Estou profundamente preocupado e surpreendido", reconheceu Schulz, em comunicado, no qual assegurou que "se as acusações forem verdade, seria um assunto muito grave que terá um grave impacto nas relações UE-EUA".

Segundo "Der Spiegel", a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos teve acesso tanto a conteúdos de conversas confidenciais como a e-mails e arquivos dos computadores das representações da UE em Washington.

Não se tratou de escutas ou espionagem através de microfones no edifício, mas de sua rede informática interna, diz a revista, que cita como fonte uma ata qualificada de extremamente confidencial da NSA, correspondente a setembro de 2010, e vazada por Snowden.


Grampos nos EUA

O programaO Prism é um programa de inteligência secreta americana que daria ao governo acesso aos dados de usuários de serviços de grandes empresas de tecnologia
Quais dados?Não se sabe exatamente, mas qualquer informação poderia ser consultada. O jornal 'Washington Post' cita e-mail, chat, fotos, vídeos e detalhes das redes sociais
Quem sabia?Segundo Obama, o programa foi aprovado pelo Congresso e é fiscalizado pelo Poder Judiciário no país. Todas as empresas negaram participação
FuncionamentoDe acordo com fontes do jornal britânico 'The Guardian', o governo poderia ter acesso aos dados sem o consentimento das empresas, mas, como eles são criptografados, precisaria de chaves que só as companhias possuem
Empresas possivelmente envolvidasMicrosoft, Google, Facebook, Yahoo, Apple, Paltalk, Skype, Youtube, AOL

sábado, 29 de junho de 2013

A guerra mundial zumbi: uma metáfora do Apocalipse

29.06.2013

"Guerra Mundial Z" faz uma brilhante metáfora de como uma pandemia global é capaz de ameaçar a humanidade
De abril de 2009 a agosto de 2010, o mundo viveu sob o prenúncio de um apocalipse iniciado no México e que se espalhou por 75 países, fazendo com que a Organização Mundial de Saúde chegasse a decretar o estado de pandemia (que é o nível 6 de ameaça à humanidade, o último da escala). A origem era um surto viral, uma mutação da gripe suína, que ficou conhecida como Influenza A. Morreram 18 mil pessoas.

Filme estrelado por Brad Pitt passou por refilmagens, que melhoraram seu desempenho

Nesse caso, a OMS agiu rápido e os países tiveram condições de combater a doença, mas pode ser que nem sempre seja assim. A Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que surgiu em 2003 e matou milhares de pessoas, retroagiu, mas ainda está no ar, matando em média 100 pessoas por ano. Segundo levantamento, a ciência conhece apenas 15% das espécies microbiológicas que podem ameaçar o homem. Portanto, a verdadeira ameaça ainda pode estar por vir.

A História registra pandemias que chegaram a dizimar boa parte da humanidade, como a Peste Negra (ou bubônica, no século XIV), que matou 75 milhões de pessoas - um terço da população da época; e a Gripe Espanhola, de 1918, que matou mais 25 milhões.

Partindo desses registros da História, "Guerra Mundial Z" faz uma metáfora de uma pandemia que atinge, indistintamente, todos os países do mundo, tendo um vírus que se espalha pelo mundo afora e atinge, em poucas horas, todas as nações do planeta. Claro, o filme exagera, ao mostrar uma contaminação que se disseminar em poucos minutos de uma pessoa. No entanto, a premissa básica da realidade é apenas o ponto de partida. E é isso que interessa a "Guerra Mundial Z": o caráter da realidade. A plausibilidade, de ser efetivamente real, é o que o leva a ser o grande filme sobre o tema, superando obras a série "Extermínio" (2002), de Danny Boyle e Juan Carlos Fresnadillo, e "Contágio", de Steven Soderbergh - e, claro, a aventuresca série "Resident Evil".

A proposta realista é traduzida, logo nas primeiros cenas, quando se vê o café da manhã de uma família, entre conversas e planos. Em seguida, eles estão na rua, num engarrafamento que tomam por rotineiro. Logo, percebem que há algo errado. A sequência, brilhante, se consuma a partir de uma explosão e o consequente pânico entre centenas de pessoas correndo e gritando a esmo e zumbis atacando-as. Quem é alcançado se infecta imediatamente. Essa notável construção cinematográfica é brindada com um "plongée" (a câmera no alto registra tudo) dos mais criativos.

A base

O longa é baseado num romance de Max Brooks, 41, filho do ator, comediante e cineasta Mel Brooks (de "O jovem Frankenstein" e "Drácula, Morto mas Feliz") e da atriz Anne Bancroft (de "A Primeira Noite de um Homem" e "Grandes Esperanças"). Sua trama foi moldada a partir de pesquisa sobre episódios da Segunda Guerra Mundial. No livro, Brooks deu voz a diversos personagens que narram os acontecimentos reais da guerra como fossem ataques de zumbis. A obra, contudo, sofreu substancial mudança na adaptação para o cinema. Todos os narradores, por exemplo, foram condensados em apenas um, Gerry Lane (Brad Pitt), ex-investigador das Nações Unidas que percorre diversos países a fim de encontrar um antídoto contra a pandemia zumbi.

Curiosamente, ele não é um colaborador espontâneo, mas um refém dos militares, os quais o obrigam a efetivar a missão sob a ameaça de deixar sua mulher e filhas sem proteção. Também não é revelado que tipo de trabalho ele executou como agente da ONU, mas seu amigo e ex-patrão Thierry Umotoni (Fana Mokoena), o destaca como um homem habilidoso, profundo observador e capaz de distinguir frascos de vacinas e os de vírus.

O olhar científico

No livro de Brooks, a China é o lugar do surgimento do vírus que se espalha rapidamente pelo mundo. No filme, o ponto zero não é determinado. A narrativa, por sua vez, começa na Filadélfia, EUA, e vai para Coreia do Sul. Lá, em uma prisão militar norte-coreana ele encontra um agente duplo da CIA que o orienta a ir para Israel. O país esta isolado por uma nova muralha, com dezenas de metros de altura. Esta, evidentemente, não será obstáculo para os zumbis.

É impressionante a sequência na qual, atraídos pelo som estridente que sai do interior dos muros, os zumbis se amontoam para uma escalada. A invasão é espetacular. Sintetiza a fragilidade das nações, a instalação do caos no mundo e a exposição da destruição das civilizações, que, retornam, assim, ao estado de barbárie. A ciência explica isso pela "teoria dos enxames", o agrupamento dos animais da mesma espécie em bandos ou grupos. Motivo: a proteção ou sobrevivência.

Mesmo atrapalhado por alguns "furos" do roteiro, a expressão de realidade de "Guerra Mundial Z" não sofre abalos - o filme continua consistente. Algumas das cenas de furos encontram-se a partir da sequência em que Pitt decepa a mão esquerda tenente israelense (Daniella Kertesz) e tem de pegar um outro avião, no qual se encontra um zumbi "adormecido" e que, evidentemente irá disseminar o caos no interior da aeronave.

Refilmagens

Isso ocorre porque, foi justamente a partir daí que o filme teve de ser refeito até o seu desfecho. Segundo os produtores, o que estava filmado não fechava a história - essa parte teve de ser reescrita por dois roteiristas. Primeiro Damon Lindelof (de "Cowboys & Aliens" e "Além da Escuridão - Star Trek") e depois por Drew Goddard (de "Lost" e "O Segredo da Cabana"). Este deu um polimento ao fim no enredo, ajustando-o para uma continuidade plausível no interior do laboratório na Escócia e o desfecho emocionante narrado pelo personagem central interpretado por Pitt. Uma mudança que estourou o orçamento. Os produtores do filme esperavam gastar US$ 125 milhões; mas, para o filme ficar pronto, foram necessários US$ 190 milhões.

A mudança fez o efeito desejado e "Guerra Mundial Z" fecha a história de forma coerente e uma inesperada emoção. Com isso, é uma ótima ficção científica moldada na dualidade entre apocalipse e família, jornada e perdas, caos e esperança. Vence a esperança.

O cinema é pródigo em dar uma nova esperança ao homem. O perdão para os erros humanos sempre enseja a certeza de uma continuação e a criação de uma franquia. Daí que o soerguimento da civilização a partir do caos será o tema de suas sequências.

"Guerra Mundial Z" se impõe como uma notável metáfora do apocalipse da humanidade promovido por um vírus. Sem dúvida, um dos melhores filmes do ano.

Leia mais em blogs.
http://diariodonordeste.com.br/blogdecinema

Mais informações
Guerra Mundial Z (War World Z, EUA, 2013), de Marc Forster.

Com Brad Pitt, Mireille Enos, Daniella Kertesz e Fana Mokoena. 116 minutos. 14 anos. Salas e horários no caderno Zoeira
PEDRO MARTINS FREIRECRÍTICO DE CINEMA

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Senado dos EUA aprova maior reforma migratória desde 1986

Cerca de 11 milhões de imigrantes sem documentos podem ser legalizadosEFE
O Senado americano aprovou nesta quinta-feira (27) uma histórica reforma migratória que conta com o apoio do presidente Barack Obama.
A nova legislação pode legalizar a situação de 11 milhões de imigrantes em situação clandestina e levar a um endurecimento inédito da fronteira com o México.
Com 68 votos a favor e 32 contra, a Câmara Alta aprovou um projeto que supõe a reforma mais importante do sistema de imigração desde 1986 nos EUA.
Conheça os principais obstáculos na corrida pela cidadania americana
Equador afirma que "não comercializa com os princípios" e renuncia aos benefícios tarifários dos EUA
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Dentro do Senado, grupos defensores da lei gritaram "Yes we can" e "yes we did", logo que o vice-presidente americano, Joe Biden, na qualidade de presidente da casa, anunciou os resultados da votação.
"É o início de um dia maravilhoso para os Estados Unidos, porque sempre foi uma nação de imigrantes", disse o senador democrata Charles Schumer, descendente de uma família judia procedente da Rússia e da Polônia.
"Os imigrantes sempre foram os grandes motores do crescimento econômico, inovação e renovação que esse país conheceu", acrescentou Schumer, integrante do grupo bipartidário - de quatro democratas e quatro republicanos - que preparou o texto original.
O projeto passou por semanas de discussões no Comitê Judiciário do Senado, onde recebeu cerca de 300 emendas. Depois, vieram novas mudanças em plenária, dirigidas principalmente para as medidas de segurança na fronteira - cruciais para obter o apoio de alguns republicanos.
A aprovação de hoje foi obtida com a votação unânime da bancada democrata e contou com alguns republicanos, divididos entre seu desejo de reconquistar o eleitorado latino e o medo de perder posições de sua base conservadora. Para alguns setores conservadores, a reforma é, na verdade, uma anistia para criminosos.
O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, foi enfático: "esse projeto em sua forma atual não se converterá em lei".
A aprovação da histórica reforma no Senado significa, porém, apenas metade do caminho. Ainda terá de passar pela Câmara de Representantes, dominada pela oposição republicana, e levar meses até que um texto definitivo chegue às mãos de Obama para sua promulgação.
Projeto
O projeto de lei 744 é uma obra-prima da negociação, após semanas de deliberações desde que foi apresentado no início do ano pela chamada "Gangue dos Oito".
Sob o título de Segurança Fronteiriça, Oportunidade Econômica e Modernização do Sistema de Imigração, o documento de quase mil páginas propõe aumentar o número de vistos de trabalho, regularizar a situação clandestina de 11 milhões de imigrantes, hispânicos em sua maioria, e lhes permitir solicitar a cidadania após um período transitório de pelo menos 13 anos.
Em contrapartida, os aliados democratas do presidente no Senado aceitaram uma excepcional proposta dos republicanos de fortificar a fronteira com o México para evitar milhões de novos imigrantes em situação ilegal no futuro.
O texto ordena duplicar o número de agentes na fronteira sul e destina milhões de dólares para completar e reforçar o muro na fronteira (que já tem 1.100 km), assim como ampliar o uso de torres de vigilância, drones (aviões não tripulados) e sensores.
As medidas de segurança também incluem mais controles sobre os empresários e sobre a entrada e saída de pessoas com visto, condições fundamentais para a legalização dos imigrantes.
Na Câmara de Representantes, os líderes mais conservadores já anunciaram seus planos para tentar consolidar ainda mais a segurança fronteiriça e restringir o caminho para a regularização de pessoas em situação ilegal.
"Nós faremos nosso próprio projeto, por meio dos mecanismos regulares, e será uma legislação que reflita a vontade da nossa maioria e do povo americano", disse o presidente da Câmara, o republicano John Boehner.
Em uma mensagem dirigida a seus correligionários da Câmara Baixa, o senador republicano John McCain, um dos redatores originais da lei, ressaltou que "estamos prontos para nos sentar e negociar com vocês".
As organizações de imigrantes comemoraram a histórica decisão. O diretor da associação America's Voice, Frank Sharry, declarou que "chegou a hora" para uma lei que abra o caminho para a concessão de cidadania para os imigrantes clandestinos. Ele considerou, porém, "histórico, embora imperfeito".
As duas versões do Senado e da Câmara deverão se fundir em um texto definitivo, que pode se tornar lei até o final 
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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Guerra na Síria já matou mais de 100 mil


Líbano — Mais de 100 mil pessoas já morreram desde o início do conflito na Síria, há dois anos, afirmou ontem o Observatório Sírio para Direitos Humanos, baseado em Londres.

 

Segundo o grupo, um total de 100 191 pessoas morreram nos 27 meses de conflito. Desse número, 36 661 são civis. No lado do governo, 25.407 são membros das forças armadas do presidente Bashar Assad, 17.311 são combatentes pró-governo e 169 são militantes do grupo libanês Hezbollah, que têm lutado ao lado das tropas do Exército. Entre os oponentes de Assad, morreram 13.539 rebeldes, 2.015 desertores do Exército e 2.518 combatentes estrangeiros. No início do mês, a ONU afirmou que o número de mortos nos conflitos estava em 93 mil entre março de 2011 até o fim de abril deste ano. O governo não divulgou números oficiais. A imprensa estatal publicava os nomes dos mortos no lado do governo nos primeiros meses de conflitos, mas depois interrompeu as publicações.


Mandela
África do Sul — O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela respira com a ajuda de aparelhos e os médicos teriam sugerido à família desligar as máquinas que mantém vivo o líder da luta contra o apartheid. A informação foi divulgada ointem pelo jornal sul-africano The Citizen, citando “cinco fontes próximas” aos familiares de Mandela, “incluindo duas pessoas que recentemente visitaram o ex-presidente no hospital”. Aos 94 anos, Mandela está internado em um hospital de Pretória desde 8 de junho e há quatro dias está em estado crítico, com infecção pulmonar.

Gays
Estados Unidos — O presidente Barack Obama saudou a decisão da Suprema Corte que diz que casais formados por pessoas do mesmo sexo têm direito aos mesmos benefícios federais de casais heterossexuais. Ele declarou que o tribunal “corrigiu um erro e nosso país está melhor por causa disso”. Em 2011, Obama decidiu parar de defender a lei de 1996, chamada de Lei da Defesa do Matrimônio (Defense of Marriage Act, ou DOMA) concluindo que ela era legalmente indefensável.

Inquérito
Vaticano — O papa Francisco nomeou ontem uma comissão de inquérito que vai analisar as atividades do Banco do Vaticano, em meio a uma nova investigação sobre lavagem de dinheiro e questionamentos a respeito da instituição. Trata-se da segunda vez nas últimas semanas que Francisco intervém para chegar à raiz dos problemas que têm assolado o Instituto para as Obras de Religião (IOR) há décadas. No dia 15 de junho ele ordenou a vacância da estrutura de gestão do banco.

Protesto
Chile — Professores, trabalhadores portuários e de minas de cobre. Além de categorias ligadas à Central Única dos Trabalhadores vão se unir à manifestação nacional de estudantes chilenos para exigir reformas na educação. A capital Santiago amanheceu ontem com barricadas em chamas, veículos apedrejados e um ataque com coquetéis Molotov contra uma delegacia de polícia, ocorridos nas horas anteriores à paralisação. Distúrbios semelhantes foram registrados em cidade do interior.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Consumo de cocaína e maconha cresce no Brasil, diz ONU

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BRASÍLIA - Pela segundo ano consecutivo, relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc) aponta o aumento do consumo de cocaína e maconha no Brasil nos últimos anos. O documento, um mapa mundial sobre o avanço das drogas, alerta ainda para o crescente consumo de remédios que, embora legais, têm sido usados como psicotrópicos e podem provocar sérios danos à saúde.
"O uso de cocaína tem aumentado significativamente no Brasil, Costa Rica e, em menor grau, no Peru, enquanto nenhuma alteração no seu uso foi relatado na Argentina", afirmam os representantes do Unodc. O escritório chegou a esta conclusão a partir de dados fornecidos por autoridades locais dos países mencionados no estudo. No Brasil, a análise teve como base a primeira pesquisa nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre estudantes universitários nas 27 capitais.
Pelo estudo, 1,75% dos brasileiros fez uso de cocaína em 2010, o que indicaria um crescimento frente aos 0,7%, em 2005. O percentual é mais alto, 3%, entre os universitários. Os trechos do relatório sobre cocaína se referem a todos os subprodutos da droga, inclusive o crack. O relatório aponta queda do consumo da cocaína nos Estados Unidos e na Europa, ainda hoje os principais mercados.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Condenação de Berlusconi aumenta tensões no governo de Letta
25 Junho 2013, 11:33 por Jorge Garcia | jorgegarcia@negocios.pt
O primeiro-ministro italiano Enrico Letta está a enfrentar uma crescente tensão e discórdia no seio do seu partido, depois do seu parceiro de coligação, Silvio Berlusconi, ter sido condenado a sete anos de prisão por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder.
O veredicto, anunciado ontem pela juíza Giulia Turri em Milão, e que condenou Silvio Berlusconi a sete anos de prisão por incitamento à prostituição de menores e abuso de poder, foi criticado por alguns membros do seu partido. Por outro lado, o Partido Democrático de Letta afirmou que iria respeitar a decisão da juíza. Berlusconi continua a afirmar a sua inocência, estando agora a preparar o recurso.

O processo de recurso poderá demorar anos, e Berlusconi poderá ser poupado à prisão, pois os acusados com uma idade superior a 70 anos (Berlusconi tem 76) são normalmente confinados às suas habitações, caso sejam considerados culpados. Ainda assim, esta batalha legal está a expor as falhas da coligação, formada há apenas dois meses, segundo noticia a Bloomberg.

“Letta vai ter de lutar muito para manter o barco no seu curso”, afirmou James Walston, professor da Universidade norte-americana, em Roma. A decisão judicial “animou e irritou os apoiantes de Berlusconi para serem mais duros em assuntos menos relevantes”.

O ministro do Interior veio também a público dizer que o veredicto foi contra o senso comum tendo causado “uma profunda acidez e dor”, para as pessoas do Partido da Liberdade, liderado por Berlusconi.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Presidente da África da Sul diz que Mandela piorou no fim de semana

24/06/2013 - 8h27
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da África da Sul, Jacob Zuma, reiterou hoje (24) que o ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela, de 94 anos, ainda está em “estado crítico” e que ele piorou no fim de semana. Internado há 17 dias em um hospital em Pretória, Mandela deu entrada na instituição devido a uma infecção pulmonar.
"O ex-presidente continua em estado crítico no hospital. Os médicos fazem tudo o que é possível para assegurar o seu bem-estar e conforto", disse Zuma. Ele acrescentou que não tinha condições de dar mais informações sobre a saúde de Mandela  por "não ser médico". O presidente sul-africano ressaltou que o estado de Nelson Mandela piorou no fim de semana. Ele informou que esteve no hospital ontem (23) à noite.
O presidente disse que no momento da visita, Mandela dormia e que conversou com Graça Machel, a mulher dele, e com os médicos.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Edição: Graça Adjuto

domingo, 23 de junho de 2013

Imprensa internacional repercute discurso de Dilma

Agência Estado
Alguns dos principais veículos de comunicação do mundo repercutiram o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff feito na noite desta sexta-feira (dia 21) em cadeia nacional de rádio e
TV. Os norte-americanos The New York Times e Washington Post, os britânicos BBC e The Guardian, e o espanhol El País fizeram matérias sobre a fala de Dilma. Para a BBC, ainda é cedo para avaliar os impactos dos protestos na economia brasileira. O Guardian diz que a presidente ouviu os pedidos dos brasileiros que foram às ruas e anunciou mudanças.
O The New York Times ressaltou a descrença dos brasileiros nos partidos e disse que Dilma apresentou medidas que respondem a algumas das demandas. O Washington Post disse que Dilma rompeu o silêncio após mais de uma semana de protestos.
Já o jornal espanhol El País disse que Dilma convocou cadeia nacional para prometer "uma grande quantidade de serviços públicos". As informações são da Agência Brasil.

sábado, 22 de junho de 2013


Protestos no Brasil têm semelhanças com outros ao redor do mundo

Protestos se espalham pelo Brasil200 fotos

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22.jan.2013 - Manifestantes usam montagem com fotos da presidente Dilma Rousseff, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sendo guiados pelo deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, contra o projeto de "cura gay", proposto pelo parlamentar, em protesto na avenida Paulista, em São Paulo, na noite de sexta-feira (22) Daniel Guimaraes/AFP
A recente onda de manifestações que varre o Brasil de Norte a Sul surpreendeu muitas pessoas, que assistiram atônitas à forma como um movimento que começou pequeno, contra o aumento da tarifa de transporte público, agora abraça outras causas e conseguiu mobilizar mais de um milhão de pessoas em cem cidades na quinta-feira.

Apesar de surpreender, as manifestações brasileiras seguem tendências que vem se repetindo em outros países.
Para investigar de que forma os atuais protestos se parecem com os ocorridos no exterior nos últimos cinco anos, a BBC Brasil ouviu jornalistas que trabalham no Serviço Mundial da BBC.

Eles falaram sobre as mobilizações que sacudiram cada um de seus países - o Irã, em 2009, o Egito, em 2011, a Espanha, também em 2011, e a Turquia, nas últimas semanas.

Apesar de terem motivações diferentes, esses protestos têm em comum o fato de terem sido organizados e promovidos nas mídias sociais, como as manifestações no Brasil.

Além disso, há outras semelhanças: na Turquia, por exemplo, os protestos também não têm uma liderança clara, enquanto que, na Espanha, os líderes das manifestações não tinham clara vinculação partidária.

Confira abaixo os perfis dos protestos.

Turquia

Estopim

O movimento começou pequeno, contra a demolição do Parque Gezi, uma das poucas áreas verdes de Istambul, localizado na praça Taksim, no centro da cidade. Começou pacífico, mas rapidamente se espalhou pelo país e se tornou um movimento contra o governo quando a polícia respondeu com violência, usando canhões d'água e bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes se revoltaram contra o uso da força e acusaram o governo de autoritarismo.

Qual foi o papel das mídias sociais?

O uso extensivo das mídias sociais foi sem precedentes e desempenhou um papel crucial, servindo de canal para divulgar as manifestações. Como os principais meios de comunicação não cobriram os protestos, a internet foi a forma encontrada para divulgar informações e fotos das mobilizações. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou o uso das mídias sociais e descreveu o Twitter como "encrenqueiro" por causa de seu uso durante os protestos. Alguns usuários de twitter foram detidos.

Liderança

Uma das principais características do movimento foi a falta de liderança ou de um único grupo por trás dele. Com a disseminação dos protestos, vários grupos políticos se uniram, como grupos políticos de esquerda, secularistas, fãs de futebol, feministas.

Reivindicações

A organização Solidariedade Taksim, que acabou abraçando as reivindicações dos manifestantes, reivindicava que o parque Gezi não fosse destruído para dar lugar a um centro comercial. Ela também defendia a renúncia de autoridades e policiais que reprimiram os protestos com violência e pedia a libertação de manifestantes presos. Defendia, também, o direito de protestar.

Legado

Até agora a conquista mais visível para os manifestantes foi a promessa, por parte do governo, de interromper os planos de destruir o Parque Gezi. O governo vai realizar um referendo sobre o tema. Os manifestantes também acham que conseguiram mostrar ao governo que as pessoas estão preocupadas com sua forma autoritária de governar. Eles também acham que conseguiram prejudicar a reputação internacional de Erdogan, da polícia e da mídia turca, acusada de temer o governo.

Egito

Estopim

O movimento no Egito começou inspirado na revolta na Tunísia, que semanas antes tinha conseguido derrubar o governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali. O governo do então presidente egípcio Hosni Mubarak estava com a imagem desgastada, a economia ia mal, o desemprego era grande e o custo de vida era muito alto.

Qual foi o papel das mídias sociais?

As redes sociais foram a essência do movimento que acabou derrubando Mubarak. O movimento Nós somos todos Khalid Saeed deu início à mobilização por meio de uma página no Facebook, que ganhou esse nome em homenagem a Khalid Saeed, que foi torturado e morto pela polícia em junho de 2010. Os protestos foram organizados pela internet, que também serviu de canal de transmissão de vídeos e fotos sobre os protestos.

Liderança
Os primeiros protestos foram organizados pelo movimento Nós somos todos Khalid Saeed, mas à medida que ganhavam adeptos, outros grupos da oposição, principalmente a Irmandade Muçulmana, se apropriaram das reivindicações e assumiram a liderança das reivindicações.

Reivindicações

Em 2011, Mubarak já estava havia 29 anos no poder. O Estado era acusado de autoritarismo, corrupção, e as pessoas vinham sua situação econômica deteriorar a cada dia, com inflação alta e desemprego. No início, as principais reivindicações eram por melhorias de vida e mais justiça social e liberdade de expressão, mas rapidamente se voltaram diretamente contra o presidente depois da violência com a qual o governo respondeu às manifestações.

E como foi essa reação do governo e da polícia?

A reação não poderia ter sido mais violenta. Centenas de pessoas morreram e muitas outras ainda estão desaparecidas.

Conquistas

Mubarak acabou sendo forçado a renunciar à Presidência e, em junho de 2012, o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, foi eleito presidente. Apesar de no início ter representado uma esperança para os egípcios, Morsi agora é acusado de querer concentrar poderes e de ter traído os principais objetivos da revolução: "pão, liberdade e justiça social". Muitos pedem sua renúncia e a transição para um governo de coalizão, uma proposta rejeitada pela Irmandade Muçulmana.

Espanha

Estopim

O movimento 15M ou "os indignados" ganhou esse nome por causa do primeiro dia em que os manifestantes saíram às ruas, 15 de maio de 2011. Nenhum incidente concreto desencadeou os protestos, mas as manifestações ocorreram em um contexto de crescente descontentamento popular. Na época, a Espanha enfrentava uma taxa de mais de 20% de desemprego (hoje ultrapassa os 25%) e políticas de austeridade. Além disso, o uso de recursos públicos para resgatar bancos também causava insatisfação.

Papel das mídias sociais

Foi essencial. A iniciativa de organização dos protestos surgiu na internet, que também serviu para propagar o movimento. Depois o movimento montou escritórios, mas nasceu e se desenvolveu na internet.

Lideranças

O grupo envolvido no início dos protestos foi o Democracia Real Já, que se apresentava como uma organização apartidária e também desligada de sindicatos. Em poucos dias, o grupo angariou o apoio de centenas de organizações sociais variadas. Os organizadores não se definiam ideologicamente como de esquerda ou de direita e não se vincularam a nenhum partido. Foi um movimiento amplo que canalizou o descontentamento social em muitas áreas. Ao se apresentar como apartidário e sem ideologia clara, conseguiram amplo apoio transversal em seus primeiros passos.

Reivindicações

Como era muito heterogêneo, foi difícil para o 15M articular demandas concretas que unissem seus participantes. As reivindicações básicas tinham a ver com a defesa dos direitos sociais (habitação, saúde, educação) e ao que chamavam de "regeneração do sistema democrático". Uma das principais reivindicações era a reforma eleitoral, já que, segundo o movimento, o sistema eleitoral espanhol é pouco representativo e favorece o bipartidarismo. As reivindicações também eram de cunho econômico e defendiam mais apoio aos que perderam suas casas por causa da crise do mercado imobiliário. Eles também queriam mais transparência no governo.

Qual foi a reação da polícia

Nos primeiros dias de protestos, o governo reagiu com cautela, mas à medida que os acampamentos se espalhavam, a policía começou a forçar a retirada dos manifestantes. Durantes esses episódios, houve confrontos entre policiais e manifestantes que resultaram em dezenas de feridos. Como reação, o resto da Espanha convocou mobilizações de apoio. Mais recentemente, em fevereiro de 2012, estudantes foram às ruas em Valência contra medidas de austeridade. A policía reagiu com força.

Legado
O movimento 15M continua dois anos depois. É difícil dizer qual foi seu legado concreto. Por um lado, mobilizou a sociedade e fez com que as pessoas se conscientizassem sobre a existência de vias de protesto. Ele também colocou na agenda da mídia e política questões como o problema dos despejados na crise imobiliária, a reforma eleitoral, a transparência política e a luta contra a corrupção. De um ponto de vista mais concreto, por exemplo, o movimento conseguiu mudanças na lei que regulamenta o mercado imobiliário. E, a nível internacional, o movimento dos indignados foi exportado para outros países, como Portugal e Grécia.

Irã

Estopim

O Movimento Verde nasceu no Irã em 2009, depois de acusações de que as eleições presidenciais que reelegeram o presidente Mahmoud Ahmadinejad foram fraudulentas.

Papel das mídias sociais

As mídias sociais foram vitais para o movimento. Na época, o twitter adiou seu programa de manutenção para que os iranianos pudessem se comunicar. As manifestações foram organizadas via twitter e Facebook, que também serviram de canal de divulgação para fotos e vídeos sobre as mobilizações.

Liderança

Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karoubi, candidatos derrotados na eleição, lideraram o movimento. Eles se uniram aos manifestantes um dia depois das eleições.

Reivindicações

O principal slogan dos manifestantes era "Aonde está o meu voto?", em que pediam o cancelamento das eleições. E, à medida que a resposta do governo endurecia, suas demandas se radicalizavam, até chegar ao ponto em que as pessoas começaram a pedir o fim do regime islâmico no país.

Como foi a reação do governo e da polícia?

Os protestos foram combatidos com violência, centenas de pessoas foram presas, dezenas morreram e líderes da oposição ficaram sob prisão domiciliar. Alguns estão presos até hoje, e suas reivindicações nunca foram atendidas.

Conquistas

A eleição nunca foi anulada, mas ficou claro que a oposição tinha uma voz no país. Alguns analistas dizem que a vitória de Hassah Rohani, um clérigo moderado que conta com o apoio da oposição, na eleição de 14 de junho, é o resultado do que aconteceu em 2009. Depois da vitória de Rohani, milhares foram às ruas e cantaram "O movimento verde está vivo".
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Manifestantes contam em cartazes quais são suas reivindicações 135 fotos

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17.jun.2013 - Manifestante durante concentração para o 5º protesto contra o aumento da tarifa do transporte coletivo no largo da Batata, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) Leia mais Léo Pinheiro/Futura Press

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