Mais de 50 países aderiram à “Marcha contra Monsanto”
Por Redação, com agências internacionais - de Porto Alegre, Cidade do México e Lisboa
Centenas de cidades de mais de 50 países aderiram à “Marcha Contra Monsanto”, na véspera, como forma de protesto contra a manipulação genética e a monopolização do mercado levadas a cabo pela indústria multinacional de agricultura e biotecnologia sediada no Missouri (EUA). No Brasil, um documento, fruto de organização democrática e popular, foi entregue ao Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, por intermédio do chefe do Gabinete do Governador, Ricardo Zamora; da coordenadora de educação ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Gislaine Pacheco; e do responsável pelo Plano de Sustentabilidade do Estado, Francisco Milanez.
Em Portugal, Lisboa, Porto, Horta e Ponta Delgada foram palco desta ação de luta, segundo relatórios divulgados neste domingo. Em Lisboa, centenas de ativistas do ambiente e pequenos agricultores concentraram-se em frente à Assembleia da República. No Porto, a marcha teve início na Praça Marquês de Pombal e deslocou-se até à Avenida dos Aliados. O Mercado da Graça em Ponta Delgada foi o palco dos protestos em São Miguel, enquanto na Horta, na Ilha do Faial, os ativistas concentraram-se no Mercado da Horta, na Loja Açores Bio. Na página de Facebook do movimento cívico March Against Monsanto, foram publicadas as fotos dos protestos ao redor do mundo, desde Nova Iorque (EUA) ao Cairo (Egito), Joanesburgo (África do Sul), San Juan (Porto Rico), Zadar (Croácia), Estocolmo (Suécia), Amesterdã (Holanda) e Tóquio (Japão), entre muitas outras cidades.
Na convocatória internacional da iniciativa, o movimento refere os motivos que o leva a agir e as soluções que apresenta e defende.
Convocatória internacional do evento, na sua versão em português:
Por que agimos?
• Muitas investigações científicas têm demonstrado que os alimentos geneticamente modificados (OGM) podem conduzir a problemas graves de saúde, como o desenvolvimento de tumores cancerígenos, infertilidade e defeitos genéticos.
• Nos Estados Unidos, a FDA, entidade encarregue de garantir a segurança alimentar pública, é dirigida por Michael Taylor, ex-vice presidente da política pública da Monsanto. Também o USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é gerido por Roger Beachy, ex-diretor da Monsanto
• Recentemente, no Congresso dos EUA, o presidente Obama aprovou a lei H.R.933, também conhecida como “Ato de Proteção à Monsanto” que, entre outras coisas, nega a autoridade às entidades federais para parar a plantação e venda de culturas transgénicas que representem um risco para a saúde dos consumidores.
• Há muito tempo que a Monsanto é o maior beneficiante dos apoios a empresas e do favoritismo politico.
Enquanto que os agricultores de cultivos orgânicos e pequenos agricultores sofrem grandes perdas, a Monsanto continua a forjar o seu monopólio no fornecimento de alimentos pelo mundo, que incluem os direitos exclusivos de patentes sobre sementes e composições genéticas
• Os produtos da Monsanto são prejudiciais para o meio ambiente, por exemplo, a ciência afirma que as plantações de OGM e os seus pesticidas têm causado a morte, em grande escala, de abelhas por todo o mundo.
Quais as soluções que apresentamos e defendemos?
- “Votar com dinheiro”, ou seja, tendo sempre a preferência por comprar produtos orgânicos, boicotando todas as empresas que utilizem transgénicos nos seus produtos.
- Queremos que os produtos transgénicos sejam identificados com rótulos para que os consumidores possam ter o direito de fazer escolhas conscientes.
- Mais investigação sobre os efeitos dos OGM na saúde das pessoas
- Responsabilizar a Monsanto e todos os políticos que a apoiam, por todas as partes do mundo, denunciando-os em praça pública.
- Mais informação pública sobre as políticas corruptas da Monsanto, ao mesmo tempo em que se informa sobre os benefícios da agricultura biológica, como modelo sustentável, também conhecido como Agricultura Ecológica ou Permacultura.
Tomemos as ruas para mostrar ao mundo e à Monsanto que não vamos ser vítimas de injustiças em silêncio”.
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