quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Conheça a primeira mulher que deve presidir o Banco Central dos EUA

Janet Yellen é a segunda principal executiva do órgão, atrás de Ben Bernanke

BBC |           
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Trabalhadores nos EUA costumam se aposentar, em média, aos 61 anos. Com 67 anos de idade, Janet Yellen parece estar apenas chegando ao seu ápice.
Ela foi nomeada nesta quarta-feira (9) como a nova presidente do Fed (o Banco Central americano). Há três anos ela é a segunda principal executiva do órgão, atrás de Ben Bernanke, que deixará o cargo em janeiro após ocupá-lo por oito anos.
Agora, passado um prolongado processo de nomeação, Yellen, se confirmada no cargo pelo Senado dos EUA, será a primeira mulher no topo do comando da economia mundial.
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Barack Obama indica Janet Yellen para o cargo de presidente do BC dos EUA
Nascida em 1946 no Brooklyn, em Nova York, filha de um médico e uma professora, ela estudou economia na Universidade Brown.
Seu primeiro emprego foi em Harvard, em 1971, como professora-assistente, quando deu aula para Larry Summers, que viraria secretário do Tesouro no governo de Bill Clinton e que foi cotado, agora, para a presidência do Fed. Porém, ele sofreu oposição de democratas liberais e retirou sua candidatura.
Amor, casamento e economia
Em seu primeiro período trabalhando no Fed, Yellen não apenas conquistou experiência no Banco Central mais influente do mundo como também conheceu ali seu marido, o economista George Akerlof, em 1977.
Um ano depois, eles se casaram, se demitiram de seus cargos no banco e se tornaram professores da London School of Economics, na Grã-Bretanha.
O lorde Desai, professor emérito de economia da LSE, diz que o casal teve impacto significativo nos alunos e no corpo docente.
"Akerlof é um gênio, um economista de mente aberta. E Janet é uma pessoa séria e economista muito boa. Mas acho que na época ela era subvalorizada, sendo 'apenas' a esposa de Akerlof."
O trabalho e a vida doméstica se mesclaram, e o casal começou a trabalhar junto em pesquisas acadêmicas.
"Não só nossas personalidades combinavam perfeitamente, como também tínhamos a mesma opinião sobre macroeconomia", escreveu Akerlof em um texto autobiográfico lido após ele vencer o Prêmio Nobel de Economia em 2001.
O casal voltou aos EUA na década de 1980, para funções acadêmicas na Califórnia. Eles pesquisaram desde a reunificação econômica da Alemanha até questões sociais.
Yellen deu um grande salto profissional em 1994, quando foi nomeada membro do conselho de governadores do Fed, posição que ocupou até 1997 quando foi chamada por Bill Clinton para fazer parte de sua equipe de conselheiros.
Sua carreira limitou seu tempo com seu filho Robert. Por conta disso, Akerlof tirou licença de seu trabalho para "cuidar das tarefas de casa", como disse. (Robert, mais tarde, seguiria os passos dos pais. Hoje é professor-assistente de economia na universidade britânica de Warwick.)
Ascensão profissional
Em 2004, Yellen passou a chefiar a filial de San Francisco do Fed. Registros das reuniões do órgão mostram que ela aventou, em 2005, a possibilidade de os EUA viverem uma bolha imobiliária - que viria a estourar dois anos mais tarde. Mas, junto com o restante do Fed, ela não conseguiu prever a dimensão da crise financeira iniciada em 2007.
"Ela foi uma das pessoas a soar os alarmes de alerta, mas acho que, como muitos outros que viram os problemas se aproximando, não perceberam sua magnitude", disse à BBC Joseph Stiglitz, economista próximo de Yellen e com quem Akerlof dividiu o Nobel em 2001.
Seu posto no Fed em San Francisco lhe mostrou os funcionamentos dos mecanismos decisórios do banco. Em 2009, ela se tornou um membro votante do comitê que define a taxa de juros da economia.
Em 2010, ela já era uma respeitada emissária do Fed em reuniões sobre política econômica ao redor do mundo. Foi nomeada vice-líder do conselho de governadores do banco.
Agora, assume a liderança do órgão, possivelmente o segundo cargo mais importante nos EUA, atrás do ocupado por Barack Obama.
"Ela é a pessoa mais qualificada do mundo para seu cargo", defende Andrew Rose, que foi professor de Yellen na Universidade da Califórnia, em Berkeley. "O fato de ela ser uma mulher é uma vantagem adicional, mas acho que as pessoas devem se concentrar no fato de ela ser adequada ao posto."
        

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