Costa Rica Notícias (Blog N. 110 do Painel do Coronel Paim) - Parceria: Jornal O Porta-Voz
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
A concessionária chinesa
HKND inaugurou nesta segunda-feira (22) as obras para a construção do
canal interoceânico da Nicarágua na cidade de Rivas, sudoeste do país,
sob um ambiente tenso devido às ameaças de protestos.
"Vamos iniciar as obras do canal com o
apoio e a compreensão do governo e do povo nicaraguense", declarou o
presidente da HKND, Wang Jing, em cerimônia realizada em Rivas,
epicentro dos maiores protestos contra o projeto.
O ato teve a presença de representantes
do governo, entre eles o vice-presidente Omar Hallesleven e o filho do
presidente Daniel Ortega, Laureano Ortega.
O governo concedeu, em junho de 2013, à
HKND uma concessão para construir e administrar o canal por 50 anos
prorrogáveis por outro período igual. O custo avaliado da obra é de 50
bilhões de dólares.
O megaprojeto também terá obras
acessórias, como dois portos, um aeroporto, uma zona franca, um complexo
turístico e habitacional.
Novas manifestações estão previstas na capital Manágua.
Centenas de camponeses já bloquearam a
estrada entre Manágua e o departamento de Rio San Juan, sudeste do país,
por onde passará o canal, segundo imagens da imprensa local.
Os manifestantes protestam contra o impacto ambiental do projeto, cujos estudos ainda não foram divulgados.
domingo, 21 de dezembro de 2014
Lula: Quem não tem ‘complexo de vira-lata’ apoia investimentos em Cuba
20/12/2014 16:31
Por Redação, com agências internacionais - de Havana e São Paulo
Por Redação, com agências internacionais - de Havana e São Paulo
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a decisão conjunta de Cuba e EUA de retornar à mesa de negociações, na tentativa de colocar fim ao bloqueio comercial e político que os norte-americanos impõem à nação cubana, há mais de meio século.
Lula, na mensagem, afirma que o fato é relevante também para “aquelas pessoas que têm complexo de vira-lata”, que dizem que “o Brasil não pode financiar Cuba, não pode financiar Venezuela. As pessoas têm que entender que o Brasil não ‘tá’ dando dinheiro, as pessoas têm que entender que o Brasil está exportando tecnologia, engenharia, coisas fabricadas aqui no Brasil”, ressalta.
Ainda neste sábado, o presidente cubano, Raúl Castro, afirmou que “o povo cubano agradece a justa decisão” do Presidente norte-americano, Barack Obama, de reatar as relações diplomáticas entre os dois países. No entanto, “falta resolver o essencial”, recordou Castro, referindo-se ao embargo económico imposto pelos EUA à ilha.
Três dias depois do anúncio do restabelecimento das relações bilaterais entre os Estados Unidos e Cuba, Raúl Castro discursou perante a Assembleia Nacional, em Havana, para fazer um balanço do ano prestes a terminar. Entre os feitos da economia interna – que o governo prevê crescer 4% no próximo ano – Castro quis aclarar algumas questões relativamente à reaproximação entre Cuba e os EUA.
O líder cubano reconheceu a “justa decisão” de Obama que permite retirar “um obstáculo às relações” entre os dois países. Fazendo eco do que o presidente norte-americano já havia dito, Castro afirmou que “se pode abrir uma nova etapa entre os EUA e Cuba”.
Porém, o irmão de Fidel lembrou que “falta resolver o essencial, que é o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba” e aproveitou para lançar um apelo direto:
– Esta será uma luta grande e difícil, que irá requerer a mobilização internacional e da sociedade norte-americana para que continue a reclamar o levantamento do bloqueio.
Assista ao vídeo em que Lula aplaude a iniciativa de Castro e Obama:
Nessa luta, Raúl Castro apontou os primeiros obstáculos que já surgem, referindo as “violentas críticas” recebidas por Obama “por parte de forças como legisladores de origem cubana e líderes de grupúsculos contra-revolucionários”. Castro refere-se às reações dos senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio, ambos descendentes de cubanos que fugiram ao regime castrista.
Numa entrevista à Fox News, logo após o anúncio de Obama, Rubio, senador pela Florida, acusou o presidente de fazer “carinho em ditadores e tiranos”. Já Ted Cruz afirmou que a reaproximação apenas irá “agravar” a falta de liberdade na ilha. No seu discurso, Castro garantiu que os críticos “farão todo o possível para sabotar o processo”.
– De nossa parte, primará uma conduta prudente, moderada e reflexiva, mas firme – afirmou Raúl.
Poucos dias após o anúncio da reaproximação, Obama disse que “Cuba irá mudar”, mas reconheceu que “essa mudança não será feita da noite para o dia”. Neste sábado, Raúl também falou em mudanças, mas para garantir que vão ocorrer “sem renunciar a um só” dos princípios vigentes.
– Não se deve pedir que Cuba renuncie às ideias pelas quais lutou mais de meio século – declarou o presidente cubano.
Castro pediu “respeito mútuo” para que os dois países possam avançar para uma reaproximação efectiva e manifestou disponibilidade em dialogar com os EUA “sobre qualquer assunto”.
A remoção de Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo internacional elencada pelo Departamento de Estado norte-americano também foi saudada por Raúl Castro, que considerava a inclusão “injustificável”.
– Cuba jamais organizou, financiou ou executou qualquer ato terrorista contra pessoas ou território dos EUA, nem o permitirá – garantiu.
Em nível diplomático, Raúl Castro fez questão de assegurar os seus aliados de que Havana pretende prosseguir uma política externa condizente, “numa base de fidelidade inamovível” aos princípios que a têm guiado. A mensagem destinou-se diretamente à Venezuela – país que se tornou no principal parceiro económico e diplomático de Cuba – com quem o presidente cubano garantiu a política de oposição às “tentativas de interferir” com o governo de Nicolás Maduro.
sábado, 20 de dezembro de 2014
Parlamento cubano ratifica acordo com Estados Unidos
Raúl Castro presidiu a reunião focada na renovação das relações da ilha comunista com os EUA
O Parlamento cubano ratificou hoje
(19) por unanimidade o acordo alcançado entre Havana e Washington para
normalizar as relações entre os dois países, após mais de meio século de
hostilidade.
"O Parlamento cubano deu hoje apoio unânime" ao acordo
bilateral anunciado quarta-feira (17), durante discurso do presidente de
Cuba, Raúl Castro, segundo noticiou a agência de notícias cubana Prensa
Latina.
Raúl Castro presidiu hoje a reunião semestral do
Parlamento cubano, em sessão focada na renovação das relações da ilha
comunista com os Estados Unidos.
O embargo contra Cuba foi imposto pelos Estados Unidos
em 1962, depois de fracassada invasão da ilha conhecida como Baía dos
Porcos, para tentar derrubar o regime de Fidel Castro.
Ainda na quarta-feira, os Estados Unidos libertaram os
últimos três membros do grupo conhecido como os Cinco de Cuba,
condenados em 2001 por espionagem.
A libertação de Gerardo Hernández, Ramón Labanino e
Antonio Guerrero foi anunciada no mesmo dia em que o regime de Havana
libertou o norte-americano Alan Gross, detido há cinco anos em Cuba,
também por espionagem.
O Parlamento cubano conta com 612 membros e não tem
representantes da oposição. A reunião de seus membros ocorre duas vezes
por ano.
A sessão de hoje, fechada à imprensa internacional, foi
convocada para rever o progresso do Plano Econômico Anual, que não
cumpriu o objetivo de crescimento fixado em 2,2% para este ano. Segundo
representantes do Conselho de Ministros no início do ano, Cuba deverá
crescer apenas 1,3% em 2014.
Agência Brasil
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Papa foi 'garantia' de que EUA e Cuba cumpririam o que fosse acordado
Primeiro, foi um pedido de intercessão feito pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em janeiro, a seu colega na Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin, no Vaticano.
Dois meses depois, o próprio presidente Barack Obama sensibilizou o papa Francisco, em Roma, sobre a saúde delicada de Alan Gross, americano que estava detido em Cuba desde 2009.
Passados poucos dias, o pontífice enviaria cartas a Obama e ao ditador cubano, Raúl Castro, pedindo que seguissem negociando para chegar a um acordo.
Em outubro, o Vaticano sediou um dos nove encontros entre altos representantes dos dois países –outro anfitrião era o Canadá.
"Não dá para subestimar a importância deste papa", disse uma fonte do governo americano familiarizado com as negociações ao "New York Times". "Esse papa, vindo da região, tem uma ressonância com líderes da região inclusive Cuba."
Nesta quinta (18), em suas primeiras declarações sobre o acordo, o argentino Francisco disse que a reaproximação foi um "trabalho honroso", fruto de "pequenos passos".
"Hoje estamos todos felizes, porque vimos como duas pessoas que não se falavam por tantos anos deram um passo de aproximação ontem [quarta]", disse o religioso.
Para o vaticanista americano Thomas Reese, vários fatores contribuíram para a escolha do "facilitador" pelos dois lados. "Quantos países poderiam ter participado desse tipo de operação sem vazar nenhuma informação? Além disso, o Vaticano também não beneficiaria nenhum lado nas negociações."
Para Obama, o apoio de um papa popular como Francisco também seria importante diante das críticas que certamente viriam da oposição americana, opina Reese.
"O regime cubano, por sua vez, sabia que o Vaticano estava pressionando [os EUA] pelo fim do embargo", diz.
O papel do pontífice teria sido, principalmente, convencer Castro a trocar os três cubanos presos nos EUA pelo ex-agente americano detido em Cuba e a soltar Gross, servindo como uma espécie de "fiador" do acordo, para garantir que as duas partes o cumpririam.
"Por causa do sucesso dessa negociação, talvez outros países passem a procurar o Vaticano para negociações delicadas", aposta Reese. Ele, contudo, não vê nisso um "desvio de função".
"Todo cristão é chamado a trabalhar pela justiça e pela paz, e o papa tem uma posição única no mundo para fazer isso, como sempre fizeram seus antecessores no conflito entre Israel e Palestina, por exemplo", diz.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Dinamarca também quer um pedaço do Ártico
Uma
semana após a controvérsia gerada pela Rússia pela soberania no Ártico,
o ministro da Ciência da Dinamarca afirmou que descobertas científicas
indicam que o país poderia controlar a região.
A
declaração de Helge Sander, o ministro dinamarquês de Ciência,
Tecnologia e Inovação, aconteceu um dia antes do início de uma expedição
liderada pela Dinamarca para o Ártico. Além disso, há interesse entre
as nações do norte em aumentar a segurança de embarcações e de direitos
sobre o fundo do mar na região rica em petróleo que circunda o Ártico.
Segundo
Sender, a expedição tinha como objetivo fortalecer os pedidos dos
dinamarqueses para estender o território no fundo do mar ao norte da
Groenlândia, controlada pela Dinamarca.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Em reunião no Equador, Unasul inaugura sede e adota cidadania sul-americana
Cúpula Extraordinária do bloco deve discutir
também projetos de desenvolvimento multinacional e realização de obras
de infraestrutura
Atualizada às 19h40
Presidentes e representantes de 11 países sul-americanos viajaram ao Equador para participar da 8ª Cúpula Extraordinária da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Os dirigentes participaram, nesta sexta-feira (05/12), da inauguração da primeira sede do organismo, em Guayaquil, a 420 km de Quito. A Cúpula Extraordinária, que teve início na quarta-feira (03/12) e se encerra hoje, deu o primeiro passo para o estabelecimento da livre mobilidade na região, com a chamada "cidadania sul-americana".
"Nosso norte deve ser o Sul em todos os sentidos”, defendeu o presidente equatoriano, Rafael Correa, que, durante a inauguração da nova sede, destacou a importância que a integração sul-americana tem em termos econômicos, sociais e políticos e defendeu um centro de arbitragem sul-americano, a consolidação do Banco do Sul e a criação de um sistema próprio de pagamentos como forma de fortalecer esta união.
Agência Andes Edifício Néstor Kirchner tem 1.500 metros quadrados e empregou mais de 700 pessoas durante a construção
Durante o ato político-cultural que integrou a cerimônia, o secretário-geral da entidade, Ernesto Samper, ressaltou que “assim como agora temos uma casa grande, precisamos também de ideias grandes para esse conceito de identidade sul-americana”.
O novo edifício, chamado Néstor Kirchner, em homenagem ao ex-presidente argentino, primeiro secretário-geral da entidade e um dos impulsionadores da integração sul-americana, custou aproximadamente US$ 41 milhões, aportados do fundo dos países integrantes do bloco, e demorou dois anos para ser construído. A presidente argentina, Cristina Kirchner, agradeceu a homenagem ao falecido esposo e "aos milhares de companheiros do sul que lutaram para que a democracia não seja somente o voto a cada quatro ou cinco anos, e sim igualdade. Porque a democracia não é ir às urnas. Democracia é igualdade e equidade”.
Apontado por muitos como o fato político mais importante na América Latina atualmente, os diálogos de paz realizados entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com o objetivo de acabar com o conflito armado que dura mais de 65 anos, estiveram presentes nas discussões. Neste sentido, Samper fez um apelo direto ao mandatário colombiano, Juan Manuel Santos: “a geração à qual nós pertencemos não conhece um dia sequer de paz” e ressaltou o esforço realizado em Cuba para que a paz não seja para os vitimários, mas também para as vítimas. E mencionou o escritor Gabriel García Márquez ao dizer que “’ninguém é de nenhuma parte até que tenha mortos embaixo da terra’ e nós temos demasiados mortos. Por favor consiga esta paz não só para os colombianos, mas para todos os sul-americanos”.
Economista, Correa defendeu a integração sul-americana no marco de uma nova arquitetura financeira regional. Ele também advogou pelo fortalecimento do Banco do Sul e ressaltou a importância de um sistema de intercâmbio compensado que permita diminuir o uso do dólar para um dia, talvez, chegar a “ter uma moeda comum”. Além disso, apontou que a criação de um centro de arbitragem sul-americano deve ser uma alternativa aos tribunais internacionais.
Agência Efe Para Samper, a cúpula deve marcar a consolidação da Unasul como liderança regional
Sul-americanos
Para Samper, o passaporte sul-americano (similar ao Schengen na União Europeia) será o maior registro do que ocorreu na reunião no Equador. Em um prazo ainda não fixado, os sul-americanos poderão estudar, trabalhar e homologar títulos profissionais na região.
O documento será similar ao acordo que já existe entre os membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela), que contam com um visto de residência e de trabalho e cujos cidadãos podem viajar livremente apenas com a apresentação de um documento nacional.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declarações proferidas
nesta quinta-feira (04/12) durante o seminário Integração e Convergência
na América do Sul, destacou que seriam necessárias novas medidas para
complementar a chamada "cidadania sul-americana".
Lula sugeriu a criação de tribunais internacionais regionais que resolvam questões do subcontinente: "Não faz sentido que, em pleno século 21, um conflito entre dois países da América do Sul seja dirimido em um tribunal de Haia e que tenha que recorrer à OEA", afirmou.
"A integração não é um problema e sim parte da solução”, frisou Lula. Ele acrescentou que quanto mais os países se integram "melhores serão as condições para se enfrentar e superar as crises". Por isso, reivindicou, parlamentos "devem criar mecanismos especiais mais ágeis" para concretizar os acordos internacionais.
Presidentes e representantes de 11 países sul-americanos viajaram ao Equador para participar da 8ª Cúpula Extraordinária da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Os dirigentes participaram, nesta sexta-feira (05/12), da inauguração da primeira sede do organismo, em Guayaquil, a 420 km de Quito. A Cúpula Extraordinária, que teve início na quarta-feira (03/12) e se encerra hoje, deu o primeiro passo para o estabelecimento da livre mobilidade na região, com a chamada "cidadania sul-americana".
"Nosso norte deve ser o Sul em todos os sentidos”, defendeu o presidente equatoriano, Rafael Correa, que, durante a inauguração da nova sede, destacou a importância que a integração sul-americana tem em termos econômicos, sociais e políticos e defendeu um centro de arbitragem sul-americano, a consolidação do Banco do Sul e a criação de um sistema próprio de pagamentos como forma de fortalecer esta união.
Agência Andes Edifício Néstor Kirchner tem 1.500 metros quadrados e empregou mais de 700 pessoas durante a construção
Durante o ato político-cultural que integrou a cerimônia, o secretário-geral da entidade, Ernesto Samper, ressaltou que “assim como agora temos uma casa grande, precisamos também de ideias grandes para esse conceito de identidade sul-americana”.
O novo edifício, chamado Néstor Kirchner, em homenagem ao ex-presidente argentino, primeiro secretário-geral da entidade e um dos impulsionadores da integração sul-americana, custou aproximadamente US$ 41 milhões, aportados do fundo dos países integrantes do bloco, e demorou dois anos para ser construído. A presidente argentina, Cristina Kirchner, agradeceu a homenagem ao falecido esposo e "aos milhares de companheiros do sul que lutaram para que a democracia não seja somente o voto a cada quatro ou cinco anos, e sim igualdade. Porque a democracia não é ir às urnas. Democracia é igualdade e equidade”.
Apontado por muitos como o fato político mais importante na América Latina atualmente, os diálogos de paz realizados entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), com o objetivo de acabar com o conflito armado que dura mais de 65 anos, estiveram presentes nas discussões. Neste sentido, Samper fez um apelo direto ao mandatário colombiano, Juan Manuel Santos: “a geração à qual nós pertencemos não conhece um dia sequer de paz” e ressaltou o esforço realizado em Cuba para que a paz não seja para os vitimários, mas também para as vítimas. E mencionou o escritor Gabriel García Márquez ao dizer que “’ninguém é de nenhuma parte até que tenha mortos embaixo da terra’ e nós temos demasiados mortos. Por favor consiga esta paz não só para os colombianos, mas para todos os sul-americanos”.
Economista, Correa defendeu a integração sul-americana no marco de uma nova arquitetura financeira regional. Ele também advogou pelo fortalecimento do Banco do Sul e ressaltou a importância de um sistema de intercâmbio compensado que permita diminuir o uso do dólar para um dia, talvez, chegar a “ter uma moeda comum”. Além disso, apontou que a criação de um centro de arbitragem sul-americano deve ser uma alternativa aos tribunais internacionais.
Evento histórico
No Twitter, Samper afirmou que “5 de dezembro de 2014 passará para a
história como o dia em que relançamos a Unasul mirando novas políticas e
ações”. Os mandatários do bloco participam, nesta sexta, de uma reunião
privada onde discutirão, além da implantação da cidadania
sul-americana, diversos temas de desenvolvimento multinacional,
sobretudo na área de infraestrutura, como a revitalização do Rio da
Prata, a construção de ferrovias e rodovias para ligação com o Brasil.
De acordo com o secretário do bloco, a entidade deu o primeiro passo
para o estabelecimento da livre mobilidade para os cerca de 400 milhões
de habitantes que vivem nos 12 países que compõem o bloco a partir da
adoção, nesta quinta-feira (04/12), da chamada "cidadania
sul-americana".
Durante cerimônia realizada ontem, o Suriname transferiu a presidência temporária do bloco para o Uruguai.Agência Efe Para Samper, a cúpula deve marcar a consolidação da Unasul como liderança regional
Sul-americanos
Para Samper, o passaporte sul-americano (similar ao Schengen na União Europeia) será o maior registro do que ocorreu na reunião no Equador. Em um prazo ainda não fixado, os sul-americanos poderão estudar, trabalhar e homologar títulos profissionais na região.
O documento será similar ao acordo que já existe entre os membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela), que contam com um visto de residência e de trabalho e cujos cidadãos podem viajar livremente apenas com a apresentação de um documento nacional.
Governo escolheu dialogar em meio à guerra, mas chama resposta da guerrilha de atentado à paz, dizem FARC
Queda no preço do petróleo mantida pela Opep faz Venezuela cortar gastos públicos
Eleito no Uruguai, Tabaré Vázquez promete 'impulsionar integração da América Latina'
Lula sugeriu a criação de tribunais internacionais regionais que resolvam questões do subcontinente: "Não faz sentido que, em pleno século 21, um conflito entre dois países da América do Sul seja dirimido em um tribunal de Haia e que tenha que recorrer à OEA", afirmou.
"A integração não é um problema e sim parte da solução”, frisou Lula. Ele acrescentou que quanto mais os países se integram "melhores serão as condições para se enfrentar e superar as crises". Por isso, reivindicou, parlamentos "devem criar mecanismos especiais mais ágeis" para concretizar os acordos internacionais.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Uruguai: Vázquez vence e governará com apoio no Congresso
O oncologista Tabaré Vázquez, de 74 anos, será o próximo presidente do Uruguai, a partir de 1º de março de 2015.
Com
todas as urnas apuradas, o favoritismo do candidato de coalizão da
esquerda, pertencente à mesma Frente Ampla, de José Pepe Mujica, foi
confirmado por 53,6% dos eleitores, segundo dados do Tribunal Eleitoral
do país.O candidato da oposição, Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, registrou 41,1% da preferência dos eleitores.
Tabaré Vázquez foi o primeiro presidente de esquerda do Uruguai, entre 2005 e 2010, depois de 174 anos de governo dos partidos Colorado e Nacional.
Sua nova gestão será sob vários aspectos um governo de continuidade não só em relação às políticas impulsionadas por Mujica – como o aprofundamento da redução da pobreza e a discussão e aprovação de uma agenda de direitos civis – mas também em relação a novos compromissos sintonizados com o momento atual do Uruguai. E que têm ligação direta com parte do legado deixado por Vázquez em sua primeira gestão.
Leia mais: Uruguai pós-Mujica trará continuidade, mas com 'ênfases diferentes'
Educação e segurança
Educação e segurança estão entre as principais preocupações dos uruguaios, segundo as pesquisas de opinião do país.No primeiro tema, Vázquez instituiu nas escolas públicas o Plano Ceibal, um projeto de informatização para crianças e adolescentes que serviu de modelo para outros países. A iniciativa foi uma das principais marcas do seu governo. Ele sinalizou que irá impulsionar um "pacote de leis" - sem dar detalhes - em que esses dois temas devem estar presentes.
"O Uruguai de hoje não é nem o de 2005 nem o de 2010. Surgem novas demandas e desafios", disse o presidente eleito em seu discurso de vitória na noite de domingo, em um hotel no centro de Montevidéu.
Também sinalizou a construção de "pontes" com a oposição e falou que convocará um "grande encontro nacional". Além do mais, ele afirmou a necessidade de "acordos entre todos os setores, em um diálogo produtivo e sem preconceitos".
Poder real e simbólico
A Frente Ampla governará com maioria parlamentar e com José "Pepe" Mujica como senador eleito. A agrupação de Mujica, o MPP – Movimento de Participação Popular –, foi a mais votada nessas eleições.Por sua vez, com o pleito de ontem, Vázquez entra para a história como o presidente mais bem votado dos últimos 70 anos, o que significa que a força de esquerda contará com apoio real e simbólico para aprovar seus projetos na Câmara dos Deputados e no Senado.
Dentro desse cenário, Mujica "continuará a ter força e a ter que ser consultado", avalia o pesquisador, professor e analista político Álvaro Padrón.
Leia mais: Governos há muito tempo no poder se afastam do povo, diz Mujica
Para o analista político e historiador uruguaio Gerardo Caetano, "um terceiro governo da Frente Ampla com maioria representa a consolidação de uma transformação política grande".
O primeiro programa de governo de Tabaré Vázquez, em 2005, foi de reconstrução nacional – o Uruguai vinha de uma grave crise, iniciada em 2002, com 40% da população abaixo da linha de pobreza.
"Agora, o roteiro é mais exigente e apresenta a necessidade de outro tipo de reformas estruturais, o que vai obrigar a esquerda a cumprir mudanças vinculadas com o desenvolvimento."
Dois projetos que já foram anunciados e que devem ganhar espaço no debate público nos próximos dias são o de regulação dos meios de comunicação – com a previsão de medidas de regulação econômica, de estabelecimento de cotas mínimas para a produção nacional e proibição de propaganda durante a programação infantil, entre outras – e a implantação de um Sistema Nacional de Cuidados, um arcabouço de medidas estatais e privadas com o objetivo de auxiliar no cuidado doméstico de crianças e idosos.